Brasil recupera o futebol, seu maior símbolo
Cobrir um jogo da seleção brasileira fora do Brasil nos bom tempos era certeza de sorrisos, abraços e simpatia. Seja onde fosse, ou mesmo em Cuba, onde a seleção não jogou, a recepção era igual: Brasil? Pelé, Ronaldo, Rivaldo, Roberto Carlos… E palavras, creiam, de agradecimento à nossa história futebolística. Ao nosso estilo de jogar futebol.
Futebol e samba são nossa síntese. Há quem não goste. Que se sinta diminuído. Eu, não. Adora essa simbiose. Adoro ser reconhecido como alguém do país do futebol e do samba. De Pelé e de Carmem Miranda. Não me incomodo. Sei que temos muito mais que isso: Santos Dumont e Oscar Niemeyer, por exemplo.
Há tempos, o Brasil Nação estava manco. O samba continuava aí, conhecido em todo mundo. Já ouvi bossa nova na loja Gap, em Tóquio. O samba não morre, com todas as suas facetas. O futebol, sim, estava mal. Há muito não se jogava bem. E nem falo do cataclisma do Mineirão. O 7 a 1 foi um ponto fora da curva. Mas a curva estava errada. Estávamos muito mal.
Nós perseguíamos, com denodo, o fracasso. A coisa estava ruim e colocamos Dunga no comando.
Tite mudou tudo. São seis vitórias seguidas. Algo que não tínhamos desde João Sem Medo. O Brasil voltou a ser respeitado, voltou a ser temido, voltou a ser amado. O Peru começou bem, pode até reclamar de um pênalti, pode lamentar a bola na trave, pode dizer que Renato Augusto merecia o vermelho, pode, talvez com razão, mas logo passou a ser dominado.
O Brasil sabe que é melhor. Tite mudou Renato Augusto de lado, o time se acertou e a lógica passou a tomar forma. O Brasil é muito melhor que o Peru, tem de dominar o Peru, tem de vencer sempre…
É o Brasil do Joga Bonito, mas de uma forma diferente. É um time de futebol, bem treinado, com jogadores bem posicionados e com o brilho individual. É um Brasil NBA, profissional, sério, brilhante, não é um Brasil Globetrotter, com Ronaldinho Gaúcho fazendo malabarismos maravilhosos. Não é mais isso. É muito mais que isso.
É um Brasil que dá gosto e que não dá susto. Um Brasil coletivo que tem individualidades. Um Brasil que dá orgulho. E que assusta apenas os rivais.
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