Topo

Menon

A festa é sua, Marco Polo

Menon

01/12/2016 08h54

Marco Polo, o presidente que não gosta de sair do Brasil, dá mostras de adorar uma festa. Exige que a Chapecoense entre emmarcopolo campo contra o Galo na última rodada. Deseja que seja uma grande festa. Algo como você fazer um churrasco regado a bebida no dia seguinte à morte de sua mãe.

Imagino a festa: Martinúccio, que estava contundindo e não viajou, apressando a recuperação. O filho de Caio Jr, que não estava no avião porque esqueceu o passaporte, assumindo a direção do time no banco de reservas. Paulo Paixão vindo do Rio Grande do Sul para comandar a preparação física no lugar de seu filho, morto no acidente.

Seria uma alegria imensa, não é Marco Polo?

Qual o ânimo dos jogadores do Galo em entrar em campo para um jogo que não vale nada e enfrentar….quem mesmo? "Coloca a base", disse Marco Polo.

Ah, o nosso presidente galã não tem muito senso de humor, não.

Festa?

Tenha respeito, Marco Polo.

Quer festa? Faça a sua, então. Peça para Rogério Micale convocar a sub-20 do Brasil para atuar com a camisa da Chape contra o sub-20 do Galo. Também não daria certo. Os garotos, de um lado ou de outro, não gostariam de perder.

Festa, Marco Polo? Vou te contar uma história: quando entreguei meus primeiros textos no jornal Popular da Tarde, em 1988, Paulo Cezar Correia, o editor, me chamou de lado e disse: você começa as matérias muito bem, mas termina de uma maneira insossa, abrupta. Desde então, sempre procuro fazer um final de texto agradável e não burocrático. E, confesso, não sei como terminar esse aqui, diante da imbecilidade de se exigir uma grande festa em Chapecó.

Talvez eu possa te dizer que festa mesmo haveria com sua renúncia. Mas os presidentes de clubes te adoram. Você é a cara deles. Como nosso Congresso é a cara do povo.

Não tem nada a festejar, nem um sinal de futuro. Não tem final de texto bacana, não.

Cai fora, Marco Polo. E leva o Walter Feldman junto

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.