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Menon

Não confio na solidariedade das organizadas. Que pena!!!

Menon

06/12/2016 07h35

A foto das torcidas organizadas de São Paulo unidas em um ato de homenagem à Chapecoense é apenas uma foto. Uma foto a mais no arquivo digital. Uma foto na parede, como a Itabira de Drummond. Pelo menos, para mim. Não me trouxe emoção alguma. Mais do que isso, não me trouxe esperança alguma. Posso haver me transformado em um velho descrente, mas realmente não confio no futuro da iniciativa das organizadas.

A intenção pode ser boa. Como é bom o ato recorrente das torcidas organizadas fazendo campanhas por doação de sangue, fazendo a campanha do agasalho e outras atividades de benemerência. O que eu não acredito mais é que as direções das torcidas organizadas tenham controle sua base. Mesmo que preguem a paz, como impedir que um garoto qualquer, já embebido pelo ódio, marque um encontro com outro garoto de outra torcida. E que cada um leve uma companhia e que todos se matem, ainda na juventude.

Não acredito que a união pela Chapecoense resulte em uma convivência civilizada entre as torcidas. Que diminua a violência. Que espante a morte, que anda tão presente nos últimos dias no esporte.

Tomara que eu esteja errado. A descrença não é boa companhia.

No mais, continuo acreditando que a atuação do MP e dos PMs (promotores midiáticos) no combate à violência das torcidas organizadas é uma monumental confissão de incompetência e de egolatria. Proibiram musica. Proibiram sinalizadores. Proibiram bandeiras. Proibiram duas torcidas. Proibiram festa na rua. E agora? Gastaram todo o arsenal de proibições? Ou virá algo mais? Proibirão o uso de camisas? Proibirão a reunião em padarias?

Só não proíbem a reunião em casa, junto à televisão. Lógico, isso rende dinheiro a quem transmite os jogos.

E continuarão dando entrevistas e mais entrevistas mostrando ao mundo sua incompetência. Agora, falar sobre a questão da merenda, ninguém fala.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.