Colmán não é um mico. Mas, pode ser um zap?
Em sua entrevista coletiva, Rogério Ceni disse que gostaria de apostar na base, mas que esperava também por três jogadores experientes.
A diretoria fala em três jogadores de peso. Criou-se um consenso que seriam um centroavante, um meia e um volante. Gente para chegar e jogar. Tomar conta da camisa. Felipe Melo, por exemplo, era citado como o volante ideal, pronto a marcar muito em um time que sonha ser muito ofensivo.
O nome mais falado para centroavante é o do paraguaio Cristian Colmán, atacante de 22 anos, revelado pelo 3 de Febrero, de Ciudad del Este, e atualmente no Nacional, de Assunção. O jornal ABC Color diz que sua saída é certa. Pode ir para o Dínamo Zagreb, que teria oferecido 3 milhões de euros por 100% dos direitos ou para o São Paulo, que bancaria 1 milhão de dólares por 50% dos direitos.
Colmán pode ser a solução para o São Paulo? Pode, é lógico. Há muitas histórias de jogadores que, sem muito currículo, chegam a um clube e ganham muita força. Conseguem um grande desenvolvimento técnico e físico e rendem muito. Alguém pensou em Luís Fabiano? Pode ser a solução, mas não está dentro do que o clube falava: alguém de peso, alguém para chegar e resolver.
Uma boa comparação é com Andrés Chavez. Antes do São Paulo, no Banfield e no Boca, havia marcado 53 gols em 158 jogos. Um a cada três partidas. No São Paulo, marcou dez vezes em 23 atuações. Melhorou sua média, que passou a ser de uma alegria a cada dois encontros. Uma média muito boa, média de centroavante.
E parece claro que Chávez não é o centroavante ideal para o São Paulo. Perdeu alguns gols cara a cara com o inimigo. Gol que centroavante ruim não perde. Imaginem, centroavante de gigante brasileiro. Rogério Ceni pediu que Pintado o escalasse pelo lado esquerdo contra o Santa Cruz, deixando a Gilberto a missão de ser o aríete do time. Agradou e deve jogar por ali em 2017, enfrentando a concorrência de Wellington Nem, Luiz Araújo e David Neres. Cinco para duas vagas. Na minha opinião, deve ser contratado. Mostrou que pode ser muito útil para o grupo. Apenas, não é o centroavante necessário.
Então, Chávez, que tem 63 gols em 181 jogos na carreira é deslocado para o lado, abrindo caminho para um jogador mais efetivo. E aparece o nome de Colmán, que tem….31 gols em 103 jogos na carreira. Novamente, um gol a cada três jogos. Como Chávez. Uma média muito boa para um meia ou para um segundo atacante. Não para o definidor.
É um jogador novo e os que o conhecem, dizem que tem bom cabeceio e também futebol para sair da área. Não é um poste. Alguém que pode crescer muito em um país com mais tradição.
Como tem apenas 22 anos e já é cobiçado pelo Dínamo Zagreb e o León, do México, só s pode pensar que tem qualidade. É uma aposta muito correta do São Paulo. Tem um bom mercado para o futuro. Como Cueva. E, diante das dificuldades de mercado, o caminho natural dos clubes brasileiros é o mercado sul-americano, além da valorização da base. Vamos aproveitar enquanto a economia ainda é melhor que a do Paraguai.
Colmán dificilmente vai flopar. Foi bem analisado, é bem indicado, tem perfil de alguém que pode crescer muito. Não vai ser um mico, como Clemente Rodríguez. Ou como foi um dia o venezuelano Rondón.
Mas, tenho dúvidas de que possa ser o zap salvador do velho e tão querido jogo de truco.
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