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Álvaro Pereira ofende o São Paulo e cospe no prato em que comeu

Menon

10/01/2017 05h00

Dassler Marques, o repórter com olhar de Capitu, mostrou, sem nenhum excesso e sem nenhum adjetivo, um ato cafajeste e revoltante carradepaude um jogador de futebol. Mostrou como os atletas não respeitam os clubes. Mostrou alguém se rastejando por um emprego.

Trata-se de Alvaro Pereira, jogador de muita personalidade, capaz de voltar a campo mesmo enfrentando recomendação médica, capaz de tudo pela Celeste e pelo clube que paga o seu salário. Em baixa na seleção e ganhando a vida atualmente no Cerro Porteño, do Paraguai, após passagens apagadíssimas por Estudiantes de la Plata, na Argentina, e Getafe, na Espanha, ele tenta voltar ao Brasil. Lugano falou de seu nome no São Paulo. Não deu certo. O Palmeiras, para quem se ofereceu, após perder – injustamente – a vaga para Carlinhos no São Paulo, não se manifestou.

E ele voltou seu foco para o Corinthians. Mandou mensagens privadas aos funcionários do clube, pedindo que fizessem uma pressão na diretoria. Se ofereceu para ser zagueiro. Até aí, tudo bem. A vida está dura e cada um cava o que pode. O errado é Alvaro escrever que: "meu desejo é jogar no Timão, gostaria de jogar no time do povo, eu quero sair campeão e f…. os bambis". Disse que havia falado com Andrés Sanches, que negou qualquer gesto em favor do uruguaio, por já ter Arana,Uendel e Moisés.

Alvaro negou que tivesse escrito algo contra o São Paulo. Falou que alguém poderia ter montado o texto. Difícil de acreditar.

O que transparece é um imenso desrespeito a um clube gigante do futebol mundial. Jogador precisa entender que ele, por mais gols que faça, por mais passes que de, por melhor que seja no desarme, por mais abraços que receba na rua, por mais que pessoas dêm seu nome aos filhos, eles não são mais, nada mais que o instrumento da paixão pelo clube. Só isso.

Nenhum torcedor do Barcelona ama Messi mais que o clube. O mesmo vale para Cristiano Ronaldo e Madri. O clube é amado. O jogador é transitório. O jogador é amado na proporção exata com que ama o clube.

Alvaro Pereira desrespeitou o clube que o acolheu. Deixou de ser amado pelos seus torcedores. E, caso vá para o Corinthians, chegará sob desconfiança. O torcedor sabe que ele beijou a camisa do São Paulo, que agora destrata. Sabe que fará o mesmo por onde andar. Falta de caráter é algo que não acaba de uma hora para outra.

picadinhomenon

FELIZ ANIVERSÁRIO – O Canindé, fruto da visão futurista de Oswaldo Teixeira Duarte, completa 45 anos. Um belo estádio, bem localizado e pronto para ser ampliado. Ainda é um ativo importante da Portuguesa, afundada em dívidas. É um monumento mostrando o que a comunidade lusa já fez. Pode ser um incentivo para que muito mais seja feito.

ALLIONE – O Sport não aceitou Allione como moeda de troca pelo lateral Samuel Xavier. Um exemplo de contratação errada. Allione, com 20 anos, chegou recomendado por Ricardo Gareca, que não esquentou lugar no Palmeiras. Foi embora e os jogadores que pediu perderam espaço. Dar tudo o que o treinador pede e mandar o treinador embora, ficando com o mico na não, e uma prática que precisa acabar. Clubes precisam ter parcimônia na hora de gastar o dinheiro.

CENI ENDEUSADO – A chegada de Rogério Ceni ao mundo dos treinadores foi cercada de muita expectativa. Mostrou ideias modernas, afinadas com o futebol atual. Trouxe auxiliares estrangeiros. Tudo muito bem, mas seria bom esperar pelos primeiros resultados antes do endeusamento atual. Ceni ainda não estreou. Tomara que dê certo, mas ainda não deu.

DEPRESSÃO É DOENÇA  – O atacante Thiago Ribeiro volta à Vila, após empréstimos ao Atlético-MG e Bahia, onde foi muito mal. Corajosamente, assume que passou por um período de depressão, que chegou a lhe tirar o desejo de viver. Que se recupere. Ter a coragem de assumir a doença é um grande passo. Quem enfrenta os preconceitos e assume a doença, fica mais perto da cura.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.