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Só demagogia explica o voto de Tite em Neymar

Menon

11/01/2017 05h00

demagogiaTite é um ótimo treinador. Um dos melhores do mundo, apesar de vê-lo refém sempre do mesmo esquema. Para mim, é o segundo melhor do Brasil. Prefiro Cuca, dono de um estilo mais agressivo e mais surpreendente.

Mas não interessa se é o melhor, como a grande maioria considera, ou o segundo, como eu acho. O ponto aqui é que Tite entende muito de futebol. Muito. Muito mais do que eu, por exemplo.

Então, como entender que Tite coloque Neymar como o segundo melhor jogador do mundo em 2016? Na frente do francês Griezmann e atrás apenas de Cristiano Ronaldo.

Lionel Messi não entra na lista de Tite. Messi não entra e Neymar não entra. Mas, quem foi melhor no Barcelona, time de ambos? Ora, a imprensa espanhola está preocupada com o mau rendimento de Neymar, os torcedores do Barça sentem falta de seu futebol alegre e Tite simplesmente o considera o melhor do time?

E Iniesta, o arquiteto?
E Luiz Suárez, o matador impiedoso?

Não dá para entender o voto de Tite. Ele tem muito de demagogia. É uma tentativa de levantar o ânimo de seu campeão. Só pode ser esta a explicação. Pode ser bom para o Brasil. Pode ser. Mas que é demagogia, é.

Se Tite votou em Neymar como o segundo melhor do ano, o brasileiro teve nove votos como o melhor do ano. Em 2015, foram 15 votos.

Os eleitores de Neymar como melhor do mundo foram:

JOGADORES – Pierre-Emerick Aubameyang (Gabão), Ramin Ott (Samoa Americana) e Paulo Cheang Cheng Ieong (Macau)

TREINADORES – Artur Petrosyan (Armênia), Andrew Bescome (Bermudas), Abrahan Grant (Gana) e Hervé Renard (Marrocos)

JORNALISTAS – Randy Smith (Bahamas), Faizool Deo (Ilhas Turcas e Caicos).

Apenas Aubameyang é conhecido. Artilheiro no Borussia Dortmund. E, dos nove votos, apenas um veio de país = Marrocos – que já participou de um Mundial.

 

picadinhomenonCHAPECOENSE VIVA – Evidentemente, a torcida de Capivari apoiou a Chapecoense contra o São Paulo. Há uma rivalidade entre os dois times que decidiram o Paulista sub-20. Também é bom lembrar que a Chape fez um primeiro tempo muito chato, com muitas faltas, totalmente retrancada. Mas nada disso tem muita importância quando se ouviu o grito da torcida apoiando os catarinenses que se tornaram xodó mundial, após a tragédia. Seja por antipatia ao São Paulo, seja por amor, a Chape está viva. E classificada.

ROSEMBERG E A VELHA TECLA – Luis Paulo Rosenberg fez um lobby para voltar ao Corinthians, mas o presidente Roberto Andrade não aceitou. Não quer ter a seu lado alguém que estará lá para articular o golpe por dentro da instituição. Rosenberg, ao dar entrevista e tentar a volta, utilizou novamente a tática de se contrapor ao São Paulo. Falou em naufrágio, uma análise que cabe muito bem ao próprio Corinthians. Aliás, se Roberto Andrade fosse se basear no fiasco da passagem de Rosenberg pela Portuguesa é que não lhe daria outra chance. Rosenberg prometeu que levaria a Lusa à Libertadores em 2020. Não fez nada, nada e saiu. Um boquirroto.

DANIEL NERI E O SPORT – O Sport eliminou o Palmeiras na Copinha. Não é uma surpresa. O time pernambucano chegou à semifinal da Copa do Brasil do ano passado. É um time muito bem treinado pelo português Daniel Neri, de 37 anos. Ele trabalhou por três anos no Porto de Caruaru e chegou ao Sport em 2015. Os jogadores estão sempre bem postados em campo, quem está com a bola tem opções de passe e o time mostrou muita tranquilidade nos contra-ataques na segunda metade do segundo tempo.

VAMPETA – O presidente do Audax está certo em colocar um preço alto para o jogo de estreia do Paulista, quando enfrentará o São Paulo de Rogério Ceni. É um momento único, a estreia, no Brasil, do ex-goleiro como treinador. Há uma expectativa muito grande da torcida e Vampeta resolveu faturar. Se vender 10 mil ingressos – a metade da lotação – faturará 1 milhão bruto. Dinheiro tricolor. A torcida do São Paulo promete um boicote. O ódio a Vampeta será maior que a ansiedade por Ceni?

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.