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Bola pro mato, São Paulo. O jogo é de campeonato

Menon

18/02/2017 22h28

Antes de tudo é bom dizer que o Mirassol é um time muito bem treinado e que sabe exatamente o que fazer em campo. Tem bom passe, trata bem a bola e não se desesperou diante do domínio do São Paulo, principalmente quando se fala em posse de bola.

Um time perigoso.

E contra um time bom e perigoso, o São Paulo fez o primeiro gol aos nove minutos. Nada melhor. E continuou a marcar pressão e a ter domínio do jogo. O gol não saiu e o Mirassol começou a se soltar. Teve três chances seguidas entre os 30 e 40 minutos. Começou o segundo tempo com a mesma postura altiva. Não tinha medo de jogar.

No início do segundo tempo, escrevi no comentário ao vivo do UOL que o São Paulo precisava fazer um gol logo para que o jogo não se complicasse. E Rodrigo Caio fez. Rogério Ceni, então, fez três substituições que me passam a impressão que foram feitas porque ele considerou o jogo terminado.

  1. Neílton em lugar de Luiz Araújo, que havia perdido um gol – Rogério disse que montou um elenco com quatro jogadores de lado de campo – Neres saiu e Nem está machucado – para ter sempre intensidade e para manter o ritmo. Teoricamente está certo, mas Neílton é fraco. Não vai bem no ataque e nem na recomposição.
  2. Buffarini em lugar de Cícero – Rogério explicou que montou uma linha de três zagueiros com Buffarini, Maicon e Rodrigo Caio e que pediu liberdade total aos alas Bruno e Júnior. Não entendi. Buffarini é rápido, mas é baixo. E, pela televisão, o que vi foi Junior Tavares de volante e Buffarini na esquerda. Fiquei com a impressão que foi um preciosismo, algo para mostrar que é possível mudar o time sem trocar jogadores, algo para dizer que Buffarini joga bem em três posições.
  3. Lucas Fernandes em lugar de Cueva – Nitidamente, foi uma troca para homenagear Lucas que é um futuro grande jogador. Estava parado há nove meses por conta de operações no joelho e no ombro. Em casa, com o jogo definido, seria o momento exato para que ele entrasse e recebesse aplausos. Só que não estava decidido e Cueva, o melhor do elenco, saiu.

Enfim, são substituições que eu considerei erradas. Mas o time ganharia do mesmo jeito se Edson Silva ainda estivesse no São Paulo e não no Mirassol. Ou se Lugano estivesse em campo. Maicon é bom, mas errou feio. Não pode tentar sair jogando daquela maneira, nem se acertar. Ainda mais errando. E ele já havia errado feio no primeiro tempo.

O São Paulo tem um estilo de jogo agressivo e o tem mantido em todos os jogos. Não é o caso de trocar, mas apenas de saber que nada é tao definitivo. Dar um chutão também pode ser importante. Seria o chutão da vitória. No segundo gol, nova falha da defesa, permitindo a chegada de Xuxa.

São erros que podem ser corrigidos. Com certeza serão. O conceito não pode ser mudado. Mas é preciso cuidado na hora decisiva. Outro ponto: não vejo Sidão como um grande goleiro. Nem com os pés e não com as mãos. Jogou bem, com as mãos, mas errou uma saída feia com os pés. Pode até ser titular, afinal Denis teve um ano para dar confiança ao time e não conseguiu. Mas dizer que Sidão merece a vaga porque é bom com os pés, é forçar muito. Bom é o Neuer e foi o Ceni.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.