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Roberto de Andrade divide poder e continua tendo vida dura

Menon

22/02/2017 14h29

A frustrada tentativa de impeachment de Roberto de Andrade, do Corinthians, naufragou. E o naufrágio, que isolou ainda mais a isolada e truculenta voz de Tuminha, não significa demonstração de força de quem ficou no cargo. Ao contrário, o presidente, para se manter no poder, teve que dividir…poder. Cedeu anéis para manter os dedos.

Roberto de Andrade transformou-se em uma rainha da Inglaterra que, ao contrário da verdadeira, terá um mandato muito duro pela frente. Sim, porque no cipoal de serpentes itaquerense – também existe no morumbi, em santos, na Turiassu – muitos que ajudaram Roberto a se manter, estão prontos a infernizar a sua vida.

A manutenção do presidente se deu em virtude da união de três grupos.

  • O do próprio Roberto de Andrade, somado com legalistas que consideravam um absurdo sua deposição baseada em acusações frágeis e falhas.
  • O de Andrés Sanchez, que, em troca do apoio, receberá parcelas do poder. Talvez não haja a nomeação de Luis Paulo Rosenberg, Raul Correa da Silva ou Edu Ferreira, mas haverá mais interlocução com Andrés, principalmente no que se refere ao time de futebol.
  • O grupo pragmático, que não viu nenhum sentido em instalar um processo de impeachment que derrubaria o presidente em setembro para que houvesse nova eleição em fevereiro de 2018. Ou seja, esse grupo acha muito mais fácil fazer oposição em fevereiro a um presidente fraco e desgastado a um outro, com poucos meses no cargo a que foi ungido sob o signo da moralidade e da renovação.
  • Esse grupo pragmático, que defendeu a permanência de Roberto de Andrade continuará a fazer acérrima oposição. Votou para que ficasse, mas votará contra a aprovação de contas, uma das próximas batalhas a serem travadas.

A luta no clube continua. Uma batalha encarniçada, vivida sob a sombra. Não a sombra que protege do calor. A sombra de Andrés.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.