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Alex Bourgeois: "Eu não vou trabalhar com Pimenta"

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27/02/2017 05h07

Alex Bourgeois foi CEO do São Paulo na gestão Carlos Miguel Aidar. E também na gestão Leco, que sucedeu o presidente apeado do cargo por se envolver, juntamente com a namorada Cinira Maturana, em transações mal explicadas. Bourgeois foi demitido duas vezes. Agora, é ativo militante da campanha de José Eduardo Mesquita Pimenta, que concorre contra Leco.

Eu critiquei muito este engajamento, baseado na seguinte corrente de ideias: "qual o interesse de um torcedor do Flamengo na campanha do São Paulo. Logicamente está procurando emprego caso Pimenta ganhe".

Alex me convidou para almoçar. E me deu uma explicação muito simples para o seu engajamento. "Eu estou trabalhando. Sou pago pelo trabalho que realizo. Todo mundo faz isto. Ou alguém acha que o jogador de futebol torce para o time onde joga? Estou apenas vendendo meu trabalho. Sou Flamengo sim, mas tenho três filhos são-paulinos e me preocupo mais com a alegria deles do que com a alegria que o Flamengo possa me dar".

Mas o trabalho continua após a eleição?

Não continua. Não vou trabalhar com o Pimenta. Já fui demitido injustamente do São Paulo duas vezes seguidas e nem quero pensar que isto possa acontecer de novo. Volto para o meu trabalho.

E qual será o seu trabalho após a eleição?

O mesmo de hoje. Eu sou consultor de Abílio Diniz para assuntos de futebol. Sou pago por ele. Minha participação na campanha do Pimenta é paga por ele. Terminada a eleição, continuo a dar assessoria a ele.

Alex não acha errado ser pago por Abílio Diniz para trabalhar para a eleição de Pimenta. "A campanha do Pimenta é paga por apoiadores. Não interessa de onde vem o dinheiro, é algo privado. Errado é a campanha do Leco utilizar funcionários do clube. O clube paga e o sujeito trabalha na campanha do presidente. O erro está aí"

Torcedores de futebol (sou eu falando, meninos) é muito passional. Acredita que todo ato contra seu clube é merecedor de punição. Alex Bourgeois é muito criticado por acionar o São Paulo na Justiça Trabalhista. Não sei se a causa é justa, não faço ideia de como foi seu trabalho no clube, mas todo trabalhador tem o direito de buscar o que considera seus direitos na Justiça. Cabe a ela definir quem está correto. "Trabalhei com o Leco e não recebi nada. Tentei fazer um acordo e ele me mandou procurar meus direitos na Justiça. É o que eu estou fazendo", diz Alex.

É bom correr, ele e quem se ache lesado. No Brasil de hoje, nunca se sabe quando um direito trabalhista – no caso, o direito de procurar justiça – será eliminado.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.