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Wellington e o SPFC fizeram uma grande bobagem

Menon

06/03/2017 12h25

Jogador de futebol tem estafe. Empresário, família e assessor de imprensa. Clube de futebol tem assessoria de imprensa. Tem até programação própria. Então, no futebol profissional em que se vive, é difícil entender que um jogador de um grande clube, com tanta gente a seu lado, faça uma besteira como fez Wellington.

Ao ser entrevistado pela TV do clube, é avisado que a mochila está aberta. Responde, então: "ainda bem que estou no São Paulo, se fosse no Corinthians…". A declaração foi ao ar, pela tv oficial do clube, via snapchat. E ganhou as outras redes sociais.

Wellington propagou um preconceito recorrente. Corintiano é ladrão. De onde vem esse preconceito? Do fato de o Corinthians ter muitos torcedores do estrato mais pobre da população. Ou seja, pobre e preto é ladrão. Wellington é negro e já foi pobre. Ele ajuda a disseminar um preconceito contra ele mesmo.

E pode ainda responder respostas atravessadas lembrando que o ultimo ex-presidente de seu clube, como dizer, não cuidou muito bem das finanças do clube, permitindo que a namorada tivesse acesso a muitas transações tenebrosas. Pode ouvir também algo a respeito de seu exame antidoping que deu positivo.

Assessores deveriam ensinar os jogadores como se portar em entrevistas. A respeitar clubes de futebol. O clube é o estuário da paixão, o clube é amado pelo torcedor. O clube.

Wellington, ao fazer isso, caminha ao lado de pessoas que desrespeitam o próprio futebol e o cargo que ocupam, como Luis Paulo Rosenberg e Vampeta. Rosenberg, que foi economista importante no governo Sarney, quando a inflação chegou a 85% mensais, adora manter-se na mídia fazendo insinuações homofóbicas contra o São Paulo. É o que lhe resta.

E Vampeta, agora presidente de um clube e ao mesmo tempo comentarista em uma rádio paulista, também abusa do preconceito contra o São Paulo e contra homossexuais. Sem ter respeito ao cargo que ocupa – o de presidente – continua fazendo besteiras e falando aquelas bobagens tipo quarta série.

Futebol é algo alegre e que merece brincadeiras. Brincadeira é diferente de insinuações e acusações. Este tipo de coisas só aumenta a violência em uma sociedade já violenta como a que vivemos.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.