Paulinho, maior aposta de Tite, destrói Uruguai e o velho clichê
Paulinho ajudou – e muito – o Brasil a destruir o Uruguai, em Montevidéu. Fez três gols contra um time que havia sofrido apenas um
nos seis jogos anteriores em seu estádio. O volante ajudou a destruir também um velho clichê: seleção é momento.
É algo que sempre foi muito repetido. Por anos a fio. O treinador da seleção brasileira deveria escalar aqueles que estivessem atuando melhor no momento da convocação. Um conceito baseado em algumas outras afirmativas do tipo: o Brasil pode escalar cinco seleções de alto nível que não perde para ninguém e o futebol brasileiro é tão bom que o treinador pode jogar as camisas para cima e escalar os onze que foram mais rápidos e pegaram a sua, antes de cair no chão.
Era um tempo também em que os grandes craques, na grande maioria, estavam aqui. Não havia um mercado aberto lá fora, como hoje. Rivellino nunca jogou na Itália. Lyanco vai jogar. Assim, com craques que não viajavam, havia times fortíssimos e muita rivalidade. Bastava escalar quem estava melhor no momento. Uma seleção para cada semestre, para cada partida. Não havia a necessidade de se formar um time, não havia necessidade de entrosamento. Bastava escalar os melhores.
O conceito de treinador de seleção é o oposto ao de treinador de clubes. No clube, o técnico chega e tem um elenco com quem vai trabalhar. Pode pedir alguns reforços, mas nem sempre é atendido. Cabe a ele fazer um bom time. E ele não pode se dar ao luxo de implantar um esquema de jogo se não tiver jogadores que se adaptem a ele. Fica difícil apostar em jogo reativo, em contra-ataque, se não tiver atacantes rápidos pelos lados do campo.
Na seleção, não. O treinador tem conceitos próprios e pode chamar os jogadores que quiser para implantá-lo. E não precisa estar refém dos conceitos dos treinadores de clube. Ele pode desprezar o volante do Flamengo, Fluminense, Palmeiras e optar pelo reserva do São Paulo, em quem ele confia porque foi seu comandado no Santos. Ou escolher o terceiro volante do Santa Cruz por ver nele a velocidade necessária para cobrir o lateral esquerdo que todo mundo adora.
Foi o que Tite, mal comparando, fez ao escolher Paulinho. Ele estava "abandonado" na China e vinha de uma Copa do Mundo fraca. Mas havia sido imprescindível no Corinthians multicampeão de Tite. O treinador confia nele e, mais importante, vê qualidades nele. E Paulinho, desde o primeiro jogo, mostrou que Tite estava certo. Afastou rapidamente o perigo de Tite estar fazendo com ele o mesmo erro que fez com Sheik e Romarinho. Jogadores em que ele confiava e que bancou em 2013, mesmo com rendimento fraco.
Tite desbancou também o conceito do "machismo", que prega porrada e suor para vencer grandes rivais. Goleou o Uruguai e a Argentina, sem precisar disso. Tite, não há dúvidas, tem acertado tudo.
SANTOS ETERNO -Sempre foi muito difícil enfrentar um time com Pelé, Coutinho, Zito, Juari, João Paulo, Robinho, Diego, Neymar e tantos outros craques. Difícil é também formar uma seleção só de jogadores santistas. E o que dizer dos 20 maiores jogos de um time que venceu três Libertadores e dois Mundiais, sem contar brasileiros e paulistas?
Foi a tarefa escolhida pelo Renan Prates e pelo Bruno Freitas, dois jornalistas de alto nível. O livro está em processo final de escrita e, para sua realização, os escritores escolheram o processo de financiamento coletivo. Os interessados ajudam na obtenção de um valor pre determinado e já garantem o seu exemplar.
O link do projeto está https://abacashi.com/#/pool/livro20jogoseternosdosantos
VALE A PENA
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