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Jogador finge mais que o poeta de Fernando Pessoa. Ponte elimina o Peixe

Menon

10/04/2017 22h15

Caricatura de QI

Um dos poemas mais conhecidos do português Fernando Pessoa me faz lembrar imediatamente dos jogadores de futebol do Brasil. Aqui está ele:

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

É impressionante o que fazem. Uma vergonha. Rivaldo, na Copa de 2002, levando as mãos ao rosto ao receber uma bolada no peito. A pantomina é sempre igual. Mãos no rosto. Seja qual for a parte do corpo tocada, a mão vai ao rosto. Pottker deu um murro no ombro de Bruno Henrique, por trás. O santista coloca a mão no rosto e cai. E rola. Uma patacoada sem tamanho. A coisa se propagou qual vírus. Hoje, tem juiz fingindo agressão e caindo ao chão. Tem gandula desmanchando e indo ao chão, qual uma jaca.

Não tem virgem no bordel. Todos fazem parte da desmoralização. Quando vão á Europa, por seu drible, por sua cabeçada, por seu chute forte, por seu lançamento preciso, entregam também sua veia artística. Sua falta de respeito. São piscineiros natos. Acrobatas. Está na hora de haver uma ação contra este tipo de atitude que depõe contra o futebol brasileiro. É muito mais grave que comemorar tirando a camisa ou ironizando um rival.

Mas, falemos de futebol. A Ponte está na semifinal do Paulista. Deu um show nos pênaltis, com cobranças perfeitas e fez cinco contra quatro. O Santos foi bem melhor durante o jogo, mas não fez o segundo gol. E o pior de todos foi o árbitro. Um verdadeiro fingidor. Fingiu que tem capacidade para apitar um jogo assim, tão importante. Fingiu e ninguém acreditou.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.