Topo

Menon

Jô é o cara e a cara do título corintiano

Menon

30/04/2017 18h13

Como nossos pais. Há 40 anos. Assim, os corintianos podem falar sobre seu novo título paulista. O 28º, deixando Palmeiras (22), Santos e São Paulo (20), bem atrás. Não vi o jogo, estava trabalhando na decisão mineira, mas parece claro que Rodriguinho, com dois gols e um passe decisivo, foi o cara do jogo.

O campeonato, para mim, é de Jô. A melhor história. O cara que conseguiu aproveitar a segunda chance. O bom filho, que voltou à casa, foi muito importante na conquista. Fez gols em todos os clássicos, mostrou o mesmo poder para fazer o pivô e a mesma capacidade de ganhar disputas pelo alto, servindo companheiros. Foi assim no Galo e em outros times.

Aos 30 anos, Jô chegou no final do ano, sem nenhum cartaz. Depois daquele 2013 de sonhos, em que, com Ronaldinho, Bernard e Tardelli, levou o Galo ao título da Libertadores e chegou ao Mundia-14, a carreira entrou em declínio. João Alves de Assis Silva, o Jô, perambulou pelo Al Shaab e Jiangusu Suning sem nenhum brilho. Foi aceito no Corinthians como uma aposta de altíssimo risco. E valeu a pena apostar em um atacante de 1,90m, canhoto e com identidade com o clube.

Jô foi o cara e a cara do título. Um time operário, com muito suor, com om muita colaboração mútua e com poucos gols. Com esse perfil, era necessário um fazedor de gols. Ele foi Jô, o predestinado

Foi uma segunda chance fundamental para o 28º título.

Antonio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, o Belchior, morreu no Rio Grande do Sul, aos 70 anos. Grande poeta, estava recluso e afastado da mídia desde 2009. Nos anos 70, fez um sucesso estrondoso. Seu disco Alucinação, de 1976, é objeto de culto. Tinha musicas do naipe de Apenas um rapaz latino-americano, Velha roupa colorida, Como nossos pais, A Palo Seco. Como nossos pais, Elis gravou no disco Falso Brilhante, que foi uma virada em sua carreira. Suas letras eram um caldeirão de referências á cultura pop, como em VELHA ROUPA COLORIDA

Como Poe, poeta louco americano, eu pergunto ao passarinho:Velha roupa Colorida

Black bird, Assum Preto, o que se faz?"

E raven never raven never raven

Pássaro Preto, pássaro preto black bird me responde:

"Tudo já ficou atrás"

E raven never raven never raven

Black bird, Pássaro Preto, Pássaro Preto me responde:

"O passado nunca mais"

Minha música preferia de Belchior é MEDO DE AVIÃO

 

Foi por medo de avião
Pela primeira vez
A tua mão
Um gole de conhaque
Aquele toque em teu cetim
Que coisa adolescente
James Dean…Foi por medo de avião
Que eu segurei
Pela primeira vez
A tua mão
Não fico mais nervoso
Você já não grita
E a aeromoca, sexy
Fica mais bonita…Foi por medo de avião
Que eu segurei
Pela primeira vez
A tua mão
Agora ficou fácil
Todo mundo compreende
Aquele toque Beatle
I wanna hold your hand
Agora ficou fácil
Todo mundo compreende
Aquele toque Beatle
I wanna hold your hand
Aquele toque Beatle
I wanna hold your hand…Yeh, Yeh, Yeh!
Yeh, Yeh, Yeh!
Yeh, Yeh, Yeh!
Yeeeh
Também gostava muito de TODO SUJO DE BATOM
Eu estou muito cansado
Do peso da minha cabeça,
Desses dez anos passados (presentes)
Vividos entre o sonho e o som.
Eu estou muito cansado
De não poder falar palavra
Sobre essas coisas sem jeito
Que eu trago em meu peito
E que eu acho tão bom.Quero uma balada nova
Falando de brotos, de coisas assim
De money, de banho de lua, de ti e de mim
Um cara tão sentimentalQuero uma balada nova
Falando de brotos, de coisas assim
De money, de banho de lua, de ti e de mim
Um cara tão sentimentalQuero a sessão de cinema das cinco
Pra beijar a menina e levar a saudade
Na camisa toda suja de batomQuero a sessão de cinema das cinco
Pra beijar a menina e levar a saudade
Na camisa toda suja de batom

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.