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Novo Hamburgo vence treinador fake e faz história

Menon

07/05/2017 18h52

A partir de 1940, a dupla Grenal estendeu seu domínio no futebol gaúcho. Desde então, a dualidade foi rompida em 1954 pelo Renner do goleiro Valdir de Moraes, em 1998 pelo Juventude, da Parmalat e pelo Caxias no ano 2000. Agora, é o Novo Hamburgo a conseguir a façanha. Uma façanha que não se restringe ao campo do jogo. É uma conquista que transcende o campo do jogo. É um título que congraça a cidade. Talvez até os colorados de Novo Hamburgo tenham sofrido menos que o normal com a perda do sonhado heptacampeonato. Por causa dessa importância para a comunidade é que escolhi uma foto de Novo Hamburgo e não do Novo Hamburgo.

Jogadores como Júlio Santos e Branquinho virarão lendas. Terão seus feitos contados por gerações. Estão na história do futebol do Rio Grande do Sul – glorioso futebol gaúcho, de Larry, Lara, Tesourinha, Renato, Valdomiro, Falcão, Carpegiani, Roger etc etc –  merecem mais que respeito. Merecem idolatria. É algo que só o campeonato estadual permite. A quebra de hegemonia, o desafio aos gigantes. Não há nada que possa ser maior que a construção de uma lenda. Eu gosto muito de estaduais. Mesmo os que os consideram anacrônicos, devem se entusiasmar com o Novo Hamburgo, que rompeu o pré estabelecido.

O goleiro Mateus, o melhor do campeonato, foi muito correto em sua fala após o jogo "Hoje, o Novo Hamburgo é o maior do Rio Grande do Sul. Na segunda, volta a ser o Grêmio, o Inter, o Juventude, o Caxias, mas hoje é o Novo Hamburgo. Não tirem nosso mérito de jeito nenhum".

Foi a reação mais centrada. Outros jogadores disseram que a imprensa nunca acreditou no Novo Hamburgo e nunca colocou o time como favorito, apesar de ter o melhor ataque e a melhor defesa do campeonato. Ora, isso só engrandece o título. Se o Novo Hamburgo fosse o favorito, o título não seria grandioso como foi.

O título também tem o mérito de mostrar a Antonio Carlos Zago que o esporte não é um vale tudo em que a ética não existe. Aquela palhaçada que fez contra o Caxias, fingindo uma agressão, fez com que meu coração colorado (é meu time preferido no Sul, por razões de nome e de cor) pulasse a cerca. Sequei muito as cobranças do Inter.

O Novo Hamburgo virou história.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.