Os cinco maiores esportistas do Brasil
Adoro listas. Vou fazer uma por semana por aqui. Aguardo sugestões.
Hoje, falarei dos cinco maiores esportistas do Brasil. Logicamente, é uma lista opinativa, não há nada que a confirme com exatidão. Não é científico. É paixão.
Vamos a ela, então.
Pelé – Edson Arantes do Nascimento foi eleito o atleta do século. Do século de Jesse Owens, Johnny Weissmuller, Carl Lewis, Michael Jordan, Muhammad Ali… Jogador inigualável em sua época, Pelé apareceu para o mundo e para o Brasil (era apenas um garoto mineiro) ao mesmo tempo. Em 1958. Com 17 anos. Em uma Copa do Mundo. Fazendo gols geniais. Ele fazia há 60 anos, o que os grandes craques fazem hoje.
Muito forte e muito profissional, Pelé não era um driblador, digamos, curvilíneo, como muitos. Era do drible reto, vinha de trás, como uma locomotiva. Imparável. Poder de decisão total, erro quase zero, com soluções criativas.
Pelé era uma mistura de Cristiano Ronaldo, Messi e Romário.
Garrincha – Se Pelé é a personificação do futebol profissional, Garrincha é apenas a confirmação do futebol lúdico. Levava aos campos do mundo as suas brincadeiras em Pau Grande.
Totalmente inabilitado para esportes de alto rendimento (tinha as duas pernas tortas para o mesmo lado), não gostava de treinar e tinha apenas um drible. O mesmo, sempre igual. Sempre indecifrável.
Decifra-me ou te devoro.
Garrincha devorou o mundo por décadas. Foi derrotado apenas pela terrível doença do alcoolismo.
Éder Jofre – O Galo de Ouro, campeão mundial por cinco anos. Depois, campeão dos penas. O cartel é impressionante: 81 lutas, 75 vitórias, 52 por nocaute, duas derrotas e quatro empates. E pensar que um campeão desses poderia ser argentino, como Kid Jofre, seu pai.
Em 2011, entrevistei Éder para a revista ESPN. Ele tinha 75 anos. Me mostrou como era seu murro. A força não vinha do soco. Vinha do braço, do ombro, da impulsão.
Pedi que ele desse um murro na minha mão, aberta. Ele disse que eu não aguentaria. Insisti. Minha palma da mão ficou dormente por horas.
Adhemar Ferreira da Silva – O Brasil ainda é um país monoesportivo. Imagine nos anos 50. E agora, imagine a frustração causada pela perda do Mundial de 1950. Pois, nesse cenário, Adhemar foi campeão olímpico do salto triplo em 1952 e 1956.
Mostrou o Brasil ao mundo. E, 60 anos depois, foi solenemente ignorado na Olimpíada do Brasil. Nenhuma citação. Uma vergonha para o esporte brasileiro.
Ayrton Senna – Ele morreu trabalhando em um Primeiro de Maio, dia do trabalhador. Morreu na nossa sala de jantar, na hora do almoço.
Significa muito. Senna, além de todo o talento, era um trabalhador incansável. E, em um período de grande seca do futebol, era o representante do orgulho nacional, com seus três títulos mundiais. O brasileiro, quinzenalmente, vibrava com Senna, sentia-se orgulhoso de seu país e depois, lavava o carro e ia almoçar com a família. Até aquele maldito domingo, que deixou os brasileiros órfãos de seu motivo de orgulho.
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