Um ganso e muitos marrecos
O São Paulo pode celebrar apenas duas boas notícias após o jogo contra o Strongest, da Bolívia, no Morumbi. A primeira é a vitória, suada e que garantiu três pontos, apesar do mau futebol. A segunda, foi a segunda grande apresentação de Ganso com a camisa tricolor.
Como naquela vitória por 3 a 1 contra o Corinthians, no ano passado, ele foi decisivo nos passes. E, a isso, acrescentou uma grande vontade de vencer, até com um ou outro desarme feito a partir de carrinhos não faltosos. Se mantiver o pique contra o Penapolense – e não voltar ao marasmo que era seu companheiro mais fiel nos últimos tempos – pode começar a brigar por uma posição no time. Brigar com Cañete, que foi outro destaque do time.
Fora o brilho de Ganso, Cañete, Osvaldo e Luís Fabiano (que jogam bem quase sempre) o São Paulo teve muitos problemas táticos. Eles são consequência de um elenco mal formado. O time tem Douglas, um lateral com excesso de vontade, que ataca muito e marca pouco e outro, Cortez, que ataca muito pouco (parece que foi domesticado) e se limita a fazer o básico.
Tem dois volantes que não conseguem dar um suporte ao ataque. Wellington e Denílson, juntos, não tem cinco gols pelo clube. Em mais de 200 partidas. Para piorar, Denílson estava muito mal, falhando também na marcação.
Para enfrentar as famosas "duas linhas de quatro", verdadeiro pesadelo para times brasileiros, é necessário que os volantes tenham uma boa produção ofensiva, deixem a defesa e apareçam na frente para surpreender a defesa e ajudar os seus meias. Alguém está se lembrando de Paulinho?
Os bolivianos, bem postados, conseguiam segurar o ataque do São Paulo na primeira linha de defesa e Jadson na segunda. Era preciso um reforço que não vinha de trás. Veio do banco. Foi quando Ney Franco tirou Denílson e colocou Ganso. O time deixou o 4-2-1-3 para ficar no 4-1-2-3. Melhorou muito, com mais movimentação no meio e mais bolas chegando a Osvaldo. Depois, Canete entrou em lugar de Aloisio e tivemos um 4-1-3-2 no Morumbi.
A defesa estóica e cheia de cera boliviana sucumbiu quando Canete deu lindo passe a Ganso, que tocou para Luís Fabiano marcar.
No final do jogo, um humilde Wellington dizia que precisa melhorar o passe e chutar mais a gols. Correto, mas é difícil que isso aconteça nos próximos jogos.
Não será surpresa que Ney Franco opte por Fabrício e Maicon atrás. Ou por Ganso no meio. Ou Canete pelo lado… Ou….Não se entusiasme, são-paulinos, tantas dúvidas não são indício de um grande elenco. Apenas demonstram que, na terceira rodada da Libertadores, Ney Franco ainda não tem um time para chamar de seu.
Viva a Trivela
– A partir de hoje, não trabalho mais na Trivela. Foram três anos de muita alegria para mim. Conheci gente nova e, surpresa, não eram apenas uns nerds que sabem o nome e o método de trabalho do Transilvânia Futebol e Regatas. E que discutem se o treinador do Islândia F.C clube está certo em escalar Arnaldur Indridason como volante ou lateral-esquerdo.
Eles são estranhos, mas são gente boa. Sabem até pentear couve.
Com esse pessoal, eu vivi o sonho de fazer uma revista de alto nível, tratando de vários esportes. Analisando friamente, acho que conseguimos. Se a revista acabou, é problema do mercado, não é meu. Só sei que tenho orgulho do meu trabalho por lá.
Foi muito bom trabalhar com Caio Maia (juro que ele não é chato como tenta parecer no twitter), Ubiratan Leal (com sua voz de trovão), Leonardo Mendes Jr. Gian Oddi, Dado Abreu, Rodrigo Borges, Marcus Alves (um baiano proativo), Luciano Arnold, Bia Gomes, Luciana Benatti (fazem arte como ninguém), Nayana, grande produtora, Berg, Thiago, Gabriela, rubro-negra fanática, Felipe, Stein, Pedro Amâncio, e se esqueci de alguém, desculpa aê.
E la nave va
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