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Dilma pode ajudar corintianos presos em Oruro. Walter Feldman, não

Menon

11/03/2013 19h28

O governo brasileiro deveria ajudar os corintianos que estão presos em Oruro. Não sei a maneria correta, mas uma conversa entre Dilma e Evo poderia, sem que houvesse intromissão no sistema judiciário boliviano, apressar o julgamento. Afinal, a morte de Kevin não foi obra de 12 pessoas. No máximo duas.

Se os corintianos estão vivendo na prisão em condições abjetas – nada diferente das prisões brasileiras – poderia, sim, haver uma conversa para que as coisas se resolvessem logo. O presidente Lula chegou a pedir pela vida de um brasileiro condenada à morte por tráfico de drogas na Indonésia.

Não acho que Dilma deva mandar o Capitão Nascimento a Oruro para resgatar ninguém. Mas, algo poderia ser feito para que tudo se desenrolasse rapidamente. Há inocentes lá. Não são santos, não são simpáticos, não gostaria de tomar um café com eles, mas são inocentes. 

 Algumas considerações sobre o assunto:

1) A polícia boliviana está fazendo um trabalho lento. Já se passaram três semanas e não conseguiu avançar na solução do caso.

2) A polícia boliviana não tem obrigação alguma de encerrar o caso porque o menor H.A.M se entregou em São Paulo. Por que acreditar nessa confissão?

3) A polícia boliviana poderia dar crédito à confissão se ela fosse feita em Oruro. Aqui, em São Paulo, não. Os bolivianos tem todo o direito de se sentir enganados pela torcida, que encobertou o garoto e o trouxe ao Brasil, sabendo que não há acordo de extradição.

4) O deputado Walter Feldman defende a tese de que os corintianos de Oruro deveriam ser soltos após a confissão do menor. Esse argumento é tão indigente intelectualmente que eu posso ter o direito que Feldman, são-paulino, está atrás de votos da Gaviões.

5) No ano passado, Walter Feldman era Secretário de Grandes Eventos do governo Kassab. Morou seis meses em Londres, que se preparava para as Olimpíadas, para aprender sobre o assunto e trazer seus conhecimentos para São Paulo. Um detalhe: a próxima Olimpíada será no Rio e não em São Paulo.

6) O deputado Walter Feldman é da Comissão sobre Trabalho Escravo. Exerceria melhor seu papel se investigasse as condições de vida dos bolivianos em São Paulo e não dos corintianos em Oruro.

7) Os presos lá em Oruro também não se ajudam. Estão presos na solitária porque estavam com celulares na cela. Passam a imagem de inocentes e desesperados ou de profissionais do mal?

8) Os clubes brasileiros fariam um grande favor se se afastassem das organizadas. Por que não proíbem que ganhem dinheiro com os símbolos do clube? Impeçam isso, tentem asfixiar financeiramente as organizadas. Façam algo. Mas é lógico que nada acontecerá,

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.