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Lúcio F.C foi mesquinho e egoísta. Pensa que é Deus

Menon

15/03/2013 11h36

Lúcio era um dos mais importantes dos fanáticos religiosos que transformaram a seleção brasileira em "garota propaganda" de suas convicções. Agora, subiu de nível. Em vez de profeta, está se achando o próprio Deus.

Sua atitude no jogo contra o Arsenal de Sarandi foi de alguém que se acha intocável, inquestionável, o rei da verdade. Mais do que isso, ele foi ridículo e egoísta ao deixar o campo como deixou, sem cumprimentar o amigo que o substituía e sem ficar no banco de reservas torcendo, como fez Douglas, substituído na mesma hora.

Lúcio, no alto de sua arrogância, tirou as caneleiras e foi correndo para o vestiário. Ele, o pentacampeao, não pode dar lugar a outro jogador sem um chilique desses?

No vestiário do Arsenal havia alguma televisão para ele acompanhar o jogo? Para ver como o time conseguia sair da má situação que vivia? Se havia, será que ele se dignou a ver o desenrolar do jogo?

Imaginemos a cena final. Rogério Ceni, 15 anos como titular, referência do time, já em fim de carreira, entra no vestiário e se encontra com Lúcio. O que o zagueiro falaria? E aí, Rogério, quanto foi o jogo? Ganhamos? Perdemos?

Lúcio, aos 34 anos, estava abandonado na Europa. Praticamente não jogou nos últimos seis meses. Carta fora de baralho na Europa, onde, diga-se a verdade, construiu uma carreira brilhante e sólida. À beira da aposentadoria, recebe um convite de um dos grandes clubes do Brasil. Entre Lúcio e São Paulo não há comparação. Asssim como não há comparação entre Lúcio e pelo menos 30 clubes brasileiros.

Recebe o convite para deixar o ostracismo. E aceita rapidamente. O clube, além de confiar em seu futebol já em fase final – não fosse assim, faria um contrato maior que o de dois anos que foi firmado – confiava também em um velho jargão do futebol: jogador de passado brilhante deixa a Europa e vem ao Brasil para encerrar a carreira. Além de jogar bola, pode passar confiança e experiência aos mais novos.

Só que Lúcio não é Toninho Cerezo. É só o Lúcio. Não estava jogando mal, mas também estava longe de jogar bem. Comportou-se como um bobinho ao dar uma cotovelada em Valdivia.

E no jogo em que precisava mostrar têmpera, dignidade, em que precisava comandar a defesa, orientar os companheiros, não fez nada disso.

Quem mandou a diretoria acreditar que ele fosse algo mais do que isso? Era só lembrar que ele deu uma cabeçada em Roger, quando ambos defendiam a seleção. Estavam no mesmo time.

Será?

Lúcio é apenas o capitão do Lúcio F.C

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.