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Sem time não dá, Paulo Nobre. Pense no Corinthians

Menon

17/03/2013 20h48

O presidente Paulo Nobre não pode ser cobrado pela situação em que pegou o Palmeiras, após a admistração Tirone-Frizzo. Também é claro que não teve tempo para mudar o que estava errado. Mas, pode ser criticado, sim, pelo modo como escolheu para tirar o time do fundo do poço.

Nada contra planejamento. O fato de Brunoro haver encomendado um balanço total do clube e, a partir daí, tomar medidas saneadores é perfeito. Aliás, nem precisava disso para terminar com aquele famigerado time B. Um amigo palmeirense, muito querido, fala disso há tempos.

Tudo bem, mas Paulo Nobre e Brunoro não podem se esquecer de uma coisa: ter um time digno é fundamental para que medidas saneadores possam dar certo. Um bom time traz a torcida. Traz amor e parceria. E traz dinheiro. O que faz com que o time melhore, o que faz com que a instituição seja sanada mais rapidamente.

Quem está lendo até aqui tem o direito de perguntar em que escola eu fiz o curso de gestão empresarial. Em nenhuma. Aprendi essas coisas em 2008, quando cobria o Corinthians, que vivia momento parecido.  Andrés Sanchez foi se consultar com dirigentes do Barcelona e eles disseram: não se esqueça nunca do time. É preciso um time forte durante o período de transição.

Ele contratou Mano Menezes, que indicou jogadores de bom nível. Alessandro é titular até hoje. Chicão está aí. André Santos foi vendido para Turquia. Elias foi para a Espanha. Felipe, bem, prefiro o Fernando Prass. Há outros bons exemplos de como o Corinthians fez um time que agradou à torcida.

Brunoro defende o cinco por um com o Grêmio dizendo que o Palmeiras não tinha dinheiro. O mesmo no dois por um que levou Luan para o Gremio. 

O  resultado disso, qual é ? Vejamos os atacante do Palmeiras: Patrick Vieira, Kléber, Vinícius, Caio, Leandro e Rondinelli. Dificilmente os cinco juntos farão mais gols do que um grande artilheiro do Brasil. No final do ano, não chegarão a 40, 50, vá lá, gols. Sem gols não se vence.

Além deles, há muitos jogadores "iguais". Se um joga, a torcida pede outro. Se o outro joga, a torcida pede aquele que estava. Sim, é difícil escolher entre Marcelo Oliveira e Juninho. É duro optar entre Márcio Araújo e Charles. E outras escolhas de Sofia.

Apostar nesse time atual é se contentar com pouco. Ficar entre os oito do Paulista, brigar na Libertadores e subir para a série A do Brasileiro. 

Se tudo isso acontecer, desse jeito, sem brilho, vai ser difícil o torcedor ficar contente.

Ficará, no máximo, aliviado.

E a mistura de time fraco com torcedor aliviado não ajuda em nada na reconstrução da instituição Palmeiras, como o senhor prometeu.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.