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São Paulo não deve fazer caça às bruxas

Menon

07/05/2013 15h35

Mesmo que, após ficar fora do Paulistão, o São Paulo também seja eliminado pelo Atlético Mineiro – hipótese muito provável – a diretoria fará muito bem se não optar pelo ilusório caminho da reforma radical no elenco. A partir do que se tem agora e com mudanças pontuais e bem feitas é possível disputar o título do Brasileiro.

A eliminação chegou quando o São Paulo vivia seu melhor momento no ano. Fez um jogo igual contra o Corinthians – necessário dizer que os dois foram iguais na ruindade – e dominou totalmente o Atlético-MG até ser vítima da contusão de Aloísio e da insanidade de Lúcio, que entra em campo vivendo a ilusão de ser um xerife do Velho Oeste. 

A dupla Ganso e Jadson, tão evidente como uma fratura exposta, foi, enfim, descoberta por Ney Franco. Ele abandonou a ilusão de um 4-3-3 sem Lucas e trocou as experiências com Douglas, Cañete, Wallyson, Ademílson e Aloísio por mais tempo de jogo para Ganso. 

Ele se encontrou, está jogando bem, inclusive sendo bem participativo nas partidas e forma uma boa parceria com Jadson. Está à altura das melhores do Brasil. A partir dos dois, é possível montar um bom time, sem muitas contratações.

Luís Fabiano perdeu o apoio de parte da torcida, mas é um centroavante de alto nível. Todo mundo sabe que é difícil contar com ele em todos os jogos, sempre há o perigo de uma criancice, mas o Brasileiro é longo, tem 38 rodadas e não há mata-mata. Seus gols não farão falta em uma final pelo simples motivo de que….não há final. Pode ter um papel importante no Brasileiro. Aloísio é um reserva raçudo e Osvaldo, um bom parceiro. Silvinho é promessa e Wallyson é dúvida, assim como Ademílson. Uma boa contratação poderia ajudar muito o time.

A defesa sente falta de um zagueiro de nível técnico superior, para ser auxiliado por Rafael Tolói. Também seria necessário um volante de saída de bola e dois laterais. Com quatro novos titulares, o São Paulo seria um candidato fortíssimo ao título.

É necessário gastar.  Juvenal Juvêncio gosta de Scocco, atacante do Newells Old Boys. João Paulo gosta do zagueiro  Cléber e do volante Cicinho, ambos da Ponte. São nomes que podem chegar. Não se fala em alguém para o lugar de Carleto, que nunca foi titular em nenhum time. 

Há uma base boa, a partir da dupla Jadson-Ganso e cabe à diretoria ter competência para achar as peças certas que possam transformar um time com potencial em um campeão. Precipitação e caça às bruxas apenas atrapalhaará.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.