Caramelo é a 17ª aposta do São Paulo desde 2005 para a lateral. Planejamento?
A vinda de Caramelo, do Mogi Mirim, é o novo capítulo da luta desesperada do São Paulo para ter um substituto de Cicinho. A lateral direita do São Paulo é o maior exemplo de uma política que tem se mostrado desastrosa. Dirigentes que se gabavam de contratações "cirúrgicas" trouxeram 13 laterais desde 2005, quando Cicinho brilhava no time que foi campeão mundial interclubes. Além dos 13, houve o lançamento de tres jogadores da categoria de base. E o deslocamento de jogadores como Jean, – Jean, Zé Luiz, Souza, Arouca, Paulo Miranda e Rodrigo Caio – para a lateral.
Quando Cicinho saiu, tinha 126 jogos e 25 gols com a camisa do São Paulo. Baixinho, raçudo, bom marcador e rápido no apoio chegou à Copa do Mundo de 2006. Mesmo antes de sua saída, o São Paulo apostou em Michel, que havia passado pelo Santos. Lá, teve problemas com doping positivo para uso de maconha. Veio mesmo assim. Participou de sete jogos. Nenhum gol.
Maurinho chegou ao clube trazendo boa participação naquele Santos de Diego e Robinho, mas trazia também grave contusão no joelho. Nunca foi curada. Jogou três partidas apenas. Nenhum gol. Ilsinho, que havia deixado a base do Palmeiras, foi uma boa contratação. Jogou tão bem que foi vendido para a Ucrânia. Quando voltou não tinha a mesma condição física e atuou como meia. Não foi bem. No total, foram 82 jogos e nove gols.
E quem melhor do que Cicinho para substituir Cicinho? Ele voltou em 2010 e nunca se firmou como titular. Não convenceu Ricardo Gomes e saiu de forma melancólica, após 25 participações e nenhum gol. Recentemente, já no Sport, confessou que seu rendimento foi prejudicado por problemas com álcool.
Jackson e Rafael vieram da base, como Lucas Faria. Do Rio, chegaram Joílson, Jancarlos e Vagner Diniz. Joílson foi a menor decepção, Muricy chegou a colocá-lo como volante. Diniz, que fez sucesso no Vasco, mostrou uma timidez muito grande e foi mal também no Santos e no Atlético-PR. Disputou o último Paulista pelo São Bernardo.
Do Exterior, o São Paulo trouxe o argentino Adrián González, o equatoriano Reasco e o paraguaio Piris. González ficou lembrado por um frase dita durante a preleção antes de um clássico. Disse que clássicos foram feitos para serem vencidos e não para se jogar bem. Reasco foi prejudicado por uma falta violenta de Túlio, volante do Botafogo, que o tirou por longo tempo dos gramados. Piris chegou com fama se ser o melhor marcador da América do Sul, alguém capaz de anular Neymar. Foi exagero.
Eder veio do Noroeste e foi afastado por indisciplina. O futebol também nao ajudou.
A mais inexplicável de todas as contratações foi a de Edson Ratinho. Merece uma crônica especial pelo acúmulo de erros que terminou com a chegada do jogador ao Morumbi. Tudo começou quando o São Paulo foi enfrentar o Mogi Mirim de Rivaldo em 2011. Rogério Ceni o convidou para jogar no clube. O pentacampeão aceitou, é claro.
Fez algumas boas partidas e indicou Edson Ratinho, colega de religião, que jogava no Mallorca. O São Paulo trouxe o jogador. Mas disse que não se baseara apenas na indicação de Rivaldo. Mílton Cruz teria visto o jogador atuar e dado seu aval. Em seguida, houve a troca de nome. O São Paulo, de Careca, Terto, Tenente e outros não poderia ter um Ratinho. O nome foi trocado para Edson Ramos. O futebol não melhorou. Jogou por apenas 45 minutos.
Abaixo, a lista das "soluções" tentadas desde 2005
Cicinho | 151 | 21 |
Michel | 7 | 0 |
Ilsinho | 82 | 9 |
Neicer Reasco | 25 | 0 |
Maurinho | 3 | 0 |
Jackson | 3 | 0 |
Joilson | 56 | 1 |
Rafael | 4 | 0 |
Éder | 15 | 0 |
Jancarlos | 16 | 1 |
Wagner Diniz | 7 | 0 |
Adrián González | 9 | 0 |
Edson Ramos | 1 | 0 |
Piris | 42 | 1 |
Douglas | 69 | 3 |
Lucas Farias | 7 | 0 |
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