Obrigado, Taiti. Mas, da próxima vez, volte de canoa
O Taiti deu uma lição de fair play ao mundo. Fez três jogos, levou 24 gols e marcou apenas um. Comemorado como se fossem 800. Foi massacrado com altivez e com educação. Saiu de cabeça erguida de uma festa onde não tinha condições de estar, de participar. Deu colares, carregou a faixa de Obrigado Brasil, distribuiu ingressos para crianças pobres e seus jogadores fizeram com que uma geração de brasileiros passasse a ter uma referência de seu país, de apenas 180 mil habitantes.
Os jogadores do Taiti viveram, em terras brasileiras, o melhor momento de suas vidas. Contarão aos netos sobre o lindo país que visitaram, falarão das reivindicações populares e, por que não, poderão contar uma pequena mentirazinha dizendo que conseguiram tirar uma bola de Iniesta ou deram um drible em Suárez. Além do gol na Nigéria, é lógico. Esse foi verdadeiro. O bisneto de Meriel poderá, orgulhoso, dizer que seu bisavô defendeu um pênalti no Brasil.
Foi linda a passagem do Taiti pelo Brasil, mas, que na próxima vez venham os seus campeões de canoa polinésia, o esporte principal do país. Talvez sejam os mesmos que estiveram por aqui. Talvez a família Tehal seja ótima na canoa, talvez Chong Hue seja uma revelação ou meu parente Simon arrebente no remo.
A verdade é que, no futebol, o Taiti arrastou o nível da Copa das Confederações para baixo. Até agora, foram realizados 12 jogos. Nos nove em que o Taiti não participou, a média de gols foi de 3,66 (33 gols em nove jogos). Nos três jogos do Taiti, foram 25 gols, média de 8,33. A média geral subiu para 4,83 gols. Um crescimento de 31.96%.
Tanta diferença traz distorções. Abel Hernández, a revelação uruguaia, tinha três gols em nove jogos pela Celestes. Contra o Taiti, fez quatro. E há muitas outras maneiras de mostrar a fragilidade dos simpáticos.
Não vamos misturar as coisas. Foi uma lição de civilidade, de fair play, de amizade. O esporte precisa disso. Mas não é legal ver massacres em série. Isso é para filme de serial killers.
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