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Em Porto Alegre, Dunga derruba clichês e preconceitos

Menon

24/06/2013 21h36

Adriano foi vetado nos exames médicos do Inter. Não será dirigido por Dunga, que lhe tirou a chance de jogar a Copa de 2010. Este é o dado mais importante, mas há um outro que não está sendo percebido: Dunga, o turrão, Dunga, o insensível,  está dando uma segunda chance a Adriano. Ninguém apostaria nisso. Aliás, seria a vigésima segunda chance na vida de Adriano.

Dunga, o xerifão, está destruindo muitos clichês e preconceitos que lhe foram imputados na vida. Aliás, chamá-lo de xerifão, como fiz agora, é um dos clichês. Ele, como jogador, tinha realmente muita liderança. Mas era um volante de qualidade. Não era um botinudo. Não era um brucutu. Sabia passar e fazia bons lançamentos. Não era um Gérson, é lógico, mas também não era um volante apenas de marcação como Mauro Silva. Não era Luiz Gustavo.

No Internacional, terminou com algo que, há alguns anos,  se propagou como faísca de fogo em mato seco: ele não entendia nada de futebol, não sabia dar treino e isso ficava por conta de Jorginho. A ele caberia apenas a parte motivacional. Nada disso. Tem dado treinos táticos interessantes, buscando pressão na saída de bola adversária, compactação e retomada de bola.

A primeira surpresa havia sido já na sua chegada, em janeiro, quando mostrou à diretoria do clube um software alemão que facilitava a análise individual de jogadores.

Mexeu com a parte tática dos jogadores. Forlán passou a jogar mais perto da área, de modo a aproveitar melhor seu poder de finalização. Foi o segundo artilheiro do Gauchão, atrás apenas do companheiro Leandro Damião. Que também mudou um pouco com Dunta. Já não é um poste, já não fica parado na área. Tem se deslocado pelos lados da área. Nâo mudou totalmente, mas acrescentou algo a seu repertório.

Ainda há discussão com jornalistas. Mas, segundo alguns amigos do Sul, não é algo muito conflituoso. Não é um briga. penas uma disputa de interesses. O jornalista busca a notícia que, muitas vezes, Dunga não quer que seja mostrada. Não quer que vaze. E se irrita quando são usadas fontes que ele considera de pouca confiança.

Uma briga civilizada, digamos. Um avanço em relação a 2010.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.