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Menon

Adeus, Nello! Tchau, Caio! Muda a pauta, Marisa! Belo blog, Giovanna!

Menon

27/06/2013 11h58

Estava com meus amigos Dado Abreu e o azzurro @gianoddi em um restaurante, no adeus a outro amigo, o @caiomaia, ombudsman do mundo, quando a palavra adeus entrou em cena e mostrou o seu verdadeiro significado. Foi quando o Gian, imitando a @vanessaruiz , sacou o seu iphone 6,4, hipermegamoderno, com 86 gigabaites e ventilador embutido e viu que o Nello havia morrido. "Um pedaço da cidade morreu", disse o Gian, emocionado. A última vez que o vi emocionado foi quando reviu, pela televisão, um duro carrinho de Trapattoni.

O Nello tinha 91 anos. Era o dono do Nello's, restaurante em Pinheiros onde fui 1.387.876.349 vezes com a Márcia Gattai, mulher da minha vida. Como era gostoso ver o velhinho falar de cinema, contar do sacrifício que fez para produzir o desenho Cassiopeia e de como um dia viu a Lucia Veríssimo "nuazinha na minha frente". 

Ah, o penne a sugofinto, o spaghetti arrabiata (do Zé Augusto Guímaro, marido da Maria Lia), o nhoque à Rina, o bife à milanesa do Guto (outro dia, eu a Márcia e o Guto estávamos combinando de ir até lá com o Piratinha) e o insuperável tartufo, sorvete de chocolate amargo com creme de leite. Sempre pedia dose extra de creme de leite.

Com o adeus sem volta do Nello ("bonita camisa, Fernandinho"), ficou claro para mim que o Caio Maia não teve uma despedida, teve apenas um até logo. Todo mundo quer que ele seja feliz em NYC, mas todos seus amigos sentem sua falta. E esperam que volte logo.

Trabalhei com o Caio na Revista Espn e na Trivela. Ele sempre teve um respeito muito grande por mim. Nunca pediu que eu maneirasse em algum post, que mudasse alguma coisa já escrita. Um dia, escrevi uma besteira e tirei do ar. Ele me ligou e disse ainda bem que você fez isso, eu não diria nada, mas foi melhor assim.

Eu era um tipo de corpo estranho na Trivela. Um site espetacular, com tudo de futebol internacional e lá estava meu blog, falando de futebol brasileiro e azucrinando um pouco os que acreditam na existência de chicharitos e berbatoves. Era mais xingado do que zagueiro que falha em final de Copa. E nunca o Caio pediu que me adequasse à linha do blog. Um dia, critiquei o Mourinho e um desses coxinhas criados com leite de pera escreveu pedindo que eu fosse demitido. Ele disse que, como lia o Trivela, se considerava um acionista e se sentia no direito de me mandar para a rua. Não teve resposta. Sorte dele.

Todo o setor de comunicação está passando por uma grave crise. Jornais estão fechando, jornalistas estão sendo demitidos e o Caio também sofreu com isso, na revista ESPN. E, por duas vezes, em reunião, ele chorou. O ombudsman chorou. Um grande cara, o Caio.

O futebol une muito os brasileiros. Uma conversa sobre futebol aproxima as pessoas. Tenho certeza que o Nello e o Caio conversariam muito bem sobre futebol. E se a Marisa Linares da Costa, fisioterapeuta que tenta consertar o manguito rotador do meu ombro esquerdo estivesse na roda, muita polêmica viria.

Corintiana fanática, Marisa tem sangue quente e foi em todas as manifestações. Gostou tanto que resolveu propor uma pauta. Ela tem quatro reivindicações.

1) Fica, Sheik

2) Fica Zhizao

3) Fica, Julio Cesar

4) Os quatro precisam ser titulares.

Tentei argumentar que era uma pauta muito vasta, que ela poderia se fixar apenas no primeiro tema. Mas ela, como uma Pasionaria, disse que não abre mão um milímetro. É tudo ou nada. E vai para a Paulista, sábado às 10 horas. 

E quem entende muito de futebol é a Giovanna Rinaldi, de 18 anos, que vai estudar Criminologia nos Estados Unidos. Tem um blog muito interessante.  O endereço é esse aí: 

 

http://futebolporgio.blogspot.com

Adeus, Nello!

Volta logo, Caio!

Vai com fé, Marisa!

Bonito blog, Giovanna!

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.