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Brasil e Uruguai são os vencedores da Copa. E o Simão estava certo

Menon

30/06/2013 06h03

Meu velho e delgado amigo Antonio Cesar Simão é filiponista juramentado. Tem Felipão como ídolo e como exemplo de grande treinador. E, quando o novo técnico assumiu, com resultados fracos, ele não se deu por vencido. "Espera um pouco para ver. Pelo menos, agora o Brasil já sabe o nome do goleiro. Ele recuperou o Júlio César".

Algum pouco tempo passado, o Brasil chega à final da Copa das Confederações jogando bem. Tem problemas, é lógico. Mas a torcida brasileira, além de saber o nome do goleiro sabe também quais são os outros dez jogadores do time. E também quais são as substituições mais correntes.

É importante ter um time para chamar de seu. Mano Menezes demorou muito para definir o seu e foi demitido, justa ou injustamente, conforme as crenças de cada um. Suposições. O fato é que a torcida abraçou a seleção de Scolari. De um jeito que eu não gosto, aquele tipo ame-o ou deixe-0 incentivado por colocações anacrônicas do treinador que não hesita em esticar seu dedo – como um x-9 da malandragem – a quem o critica, dizendo que "estão torcendo contra a seleção". Médici na veia.

O Brasil pode não ganhar a Copa das Confederações, mas já ganhou COM  a Copa das Conderações. E vai melhorar ainda mais. Em 2014 será candidato fortíssimo ao título. Junto com Espanha, Alemanha, Holanda e Argentina. Esperto eu, não? Cito cinco nomes e depois digo que acertei. Mas há pouco tempo o Brasil não estaria entre os cinco, para a grande maioria de nossa torcida.

O Uruguai perdeu a Copa das Confederações mas ganhou muita força nas Eliminatórias para 2014. O time está em quinto lugar, depois de vencer a Venezuela, em Caracas. Agora, enfrentará Peru (fora), Equador (casa). Colômbia (fora) e Argentina (casa).

Imaginem que o treinador Oscar Tabarez dissesse assim aos dirigentes uruguaios: "para esses jogos finais, eu gostaria de me preparar enfrentando seleções médias e fortes, de continentes diferentes. Quero jogar com Nigéria, Espanha, Brasil e Itália". Ele receberia uma risada. Não há dinheiro e nem datas para isso. Com a Copa das Confederações, recebeu tudo o que pediria e ainda ganhou o Taiti de brinde.

Tabarez tirou suas conclusões: Forlán voltou a ser titular, Alvaro Gonzales ganhou um lugar no meio, Peres e Gargano são banco e Cebolla Rodriguez tirou a vaga de Alvaro Pereira. 

Foi um período rico para os uruguaios. Ganharam muito com a Copa das Confederações.

Quanto aos outros:

Espanha – Está em um nível tão alto depois de vencer duas vezes seguidas a Eurocopa, além do Mundial da África que só títulos interessam. Se perder para o Brasil, verá sua sequência deslustrada. Se vencer, será a lógica. É dura a vida de quem está por cima. Com totais méritos.

Taiti – Viveu o maior momento e sua história futebolísitca. Pode ser a semente para o crecimento do futebol por lá.

Itália – Fez uma grande partida contra a Espanha, mas acho que sua transição rumo a um futebol mais bem jogado, com mais toque e menos contato físico foi prejudicada. Afinal, o time levou quatro do Brasil e três do Japão.

México – Muito fraco, não acumulou nada rumo à uma melhor participação nas eliminatórias da Concacaf.

Japão – Mostrou evolução mas ainda não deu o salto qualitativo que precisa.

Nigéria – Uma seleção jovem, formada preferencialmente por jogadores que atuam no país. Se não recorrer às estrelas, vai ficar pelo caminho.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.