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Sem Paulinho, a diferença diminui

Menon

03/07/2013 06h04

Mal termina uma Copa e já começa outra. Com decisão em apenas dois jogos. E durante o Brasileiro. Assim que é bom. Futebol nunca é demais. É como pizza, até quando é ruim é bom. E São Paulo x Corinthians nunca é ruim, né? Bem, só para quem perde.

E tem sido "mais ruim" para o São Paulo nos últimos tempos. Desde 2008, quando venceu a Série B e viu o rival ser tricampeão na Série A o Corinthians começou um ciclo virtuoso impressionante. Ganhou Paulista, Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores e Mundial. E manteve domínio sobre o São Paulo. Ganhou bem mais do que perdeu.

Ganhou porque fez escolhas melhores. Teve apenas três técnicos no período (a pasagem de Adilson Batista foi pequena) e soube contratar bem. Transações corretíssimas como a de Danilo, craques como Ronaldo e apostas espetaculares em jovens desconhecidos como Jucilei e Paulinho.

Paulinho não há mais. E isso faz com que a diferença diminua. Ele é um dos poucos jogadores que fazem mais do que o manual recomenda para a sua posição. Luís Fabiano é um grande centroavante, por exemplo. Ele faz bem o que um centroavante precisa fazer. Paulinho é mais. Ele faz mais e muito bem o que um volante precisa fazer.

Sem ele, entra Guilherme, outra boa contratação corintiana, mas que não é alguém que faça a diferença. Uma comparação homem a homem entre Corinthians e São Paulo não mostrará muita diferença. É algo subjetivo, mas uma análise honesta não colocaria 7 jogadores de um time na seleção ideal. 6 a 5 é o placar justo.

Então, por que o Corinthians tem ganho bem mais? Porque um time não é a soma da qualidade de seus jogadores. É conjunto, é entrosamento, é companheirismo e é, principalmente, repetição de movimentos. Se um time tem 11 jogadores nota sete bem treinados o seu rendimento vai ser bem maior que sete.

O São Paulo ainda busca o que o Corinthians já tem. Demora a conseguir por dois motivos:

1) Movimentos erráticos da diretoria. Basta ver o caso da lateral-esquerda. Tinha Juan. Trouxe Cortez. Afastou Juan. Carleto virou titular. Cortez foi afastado. Juan foi reintegrado. Clemente foi contratado. Enquanto isso, Fábio Santos, que não é nenhum gênio, teve sequência, teve entrosamento e dá conta do recado, mesmo substituindo um jogador consagrado como Roberto Carlos.

2) A decisão de Ney Franco se manter o time no 4-3-3 mesmo sem ter um jogador com as características de Lucas. Por ali, jogaram Cañete, Jadson, Aloísio, Silvinho e Douglas. Demorou para dar jogo a Ganso. E Ganso também não colaborou. Já poderia estar jogando mais do que está apresentando.

Hoje é a primeira decisão. Que venham outras. Futebol nunca é demais.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.