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Fernando Casal de Rey: "é muito importante que a eleição do São Paulo tenha duas chapas"

Menon

04/07/2013 13h14

Fernando Casal de Rey foi o diretor de futebol do São Paulo nas conquistas dos títulos mundiais de 1992 e 1993. De 1994 a 1998, foi presidente do clube. Nesse período, comandou uma reforma do Morumbi, que tinha problemas estruturais. Nessa entrevista, ele defende a eleição no São Paulo com pelo menos duas chapas. Acha que revigora as instituições.

Como são as eleições no São Paulo?

 Para você registrar uma chapa é necessário ter o apoio de 55 conselheiros vitalícios. São 160. Essas chapas concorrem para eleger 80 novos conselheiros. A escolha é proporcional ao número de votos que cada chapa teve. Esses 80 eleitos se juntam aos outros conselheiros e elegem o presidente 15 dias depois. 

E como analisa as possibilidades dos candidatos no pleito de abril do ano que vem?

A situação não terá dificuldade alguma em fazer a sua chapa. Ela será forte. E há um movmento que está sendo feito pelo Marco Aurélio Cunha para uma nova chapa. Eu vejo com muita simpatia porque eleição com chapa única é prejudicial ao clube, não oxigena o clube.

Mas é possível haver uma eleiçao com chapa única?

Sim, ou então com duas que representem o mesmo lado. O Juvenal poderia fazer todo o esforço e montar duas chapas, com dois candidatos seus. Mas eu não acredito que ele faça isso.

Por que?

O Juvenal já fez o terceiro mandato. Agora, se impedisse a circulação de ideias, se impedisse o debate, ficaria marcado por um ranço antidemocrático. Não creio que queira isso.

Então, o senhor dará sua assinatura à chapa do Marco Aurélio Cunha?

Sim. E outros ex-presidentes como o Pimenta, o Paulo Amaral, o Dallora também. 

Mas esse grupo tem força? Na última eleição, o Lapolla, que foi adversário do Juvenal, teve apenas sete votos…

Nós não fomos votar em protesto ao terceiro mandato. Foram mais de 70 pessoas que ficaram em casa. Nós consideramos que seria melhor não validar essa eleição. Agora, será diferente. Temos força ainda

E qual o legado que o Juvenal deixa para o São Paulo?

Ele é um homem inteligente, tem muito brilho e fez muitas coisas importantes no clube. Será lembrado. Infelizmente, ele foi seduzido pela ideia de mudar o estatuto para ter um terceiro mandato. Muita gente importante passou antes dele e deixou o seu quinhão dentro do que manda o estatuto. A mudança não era necessária.

Como o senhor está vendo o atual time de futebol?

Olha, não vai bem. Muitas tentativas foram feitas e não estão dando certo. Mas eu não gostaria de me aprofundar nessa questão porque não vivo o dia a dia do departamento de futebol. Poderia ser injusto com as pessas.

É preciso ter presença no dia a dia do clube?

Sim, eu trabalhava com quatro diretores adjuntos: o Herman Koester, o Kalef João Francisco, o Márcio Aranha e o Ademir Scarpin. E ia todos os dias no clube. Mas não estou dizendo que isso não é feito hoje. Como disse, estou um pouco afastado. Quando vou ao clube sou muito bem recebido pelos diretores atuais, não tenho queixa de ninguém. Mas, repito que  vou lutar para que a eleiçao tenha a presença de duas chapas que tenham visões diferentes. É bom para a democracia. É bom para o São Paulo

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.