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Muricy ou Autuori precisam arrumar a defesa do São Paulo. Ceni ajuda?

Menon

08/07/2013 17h33

A não ser que o Cuca seja demitido do Galo, o cargo de novo treinador do São Paulo está mesmo entre Muricy e Paulo Autuori. E a primeira missão é fazer com que a defesa do time funci0ne. Não há time campeão levando tantos gols de cabeça como o São Paulo. As duas últimas derrotas no Brasileiro foram sofridas com 100% de bolas pelo alto. Rodrigo, do Goiás, Cícero e Giva, do Santos, foram os carrascos. No Morumbi. O Grêmio empatou com o São Paulo, em Porto Alegre, aos 42 minutos do segundo tempo em uma cobrança de escanteio. Pelo chão, com o pé de Cleber, mas em bola parada.

Muricy e Autuori foram campeões no São Paulo com a defesa funcionando muito bem. E, curiosidade, os dois no 3-5-2. No Mundial de 2005, Fabão, Lugano e Edcarlos tiveram uma atuação muito eficiente, fruto do trabalho de vários meses. Autuori treinou aquele posicionamento exaustivamente. Em 2007, o time dirigido por Muricy chegou a ficar nove partidas sem sofrer gols. O trio de zagueiros era formado por Breno, André Dias e Miranda. Os três foram jogar na Europa.

Tanto com Autuori como com Muricy, os zagueiros ficavam à frente de um goleiro espetacular, que ainda construía sua história no clube. Hoje, Rogério Ceni vive um momento ruim. São muitas falhas ofuscando o que poderia ser uma despedida gloriosa. Não sou eu que vou dizer quando Rogério – um profissional exemplar – deve parar de jogar futebol. Não sou petulante assim. Não sou arrogante a esse ponto. Mas a verdade é que esse tem sido um ano médio para ele. E clube campeão precisa mais do que isso. Até que ponto pode colaborar com o novo treinador? Ou não pode mais?

Hoje, Autuori e Muricy não utilizam mais o 3-5-2. Muricy, se tiver bons zagueiros, poderia repetir a formação. Autuori, não. Em entrevista ao repórter Alexandre Lozzetti, do globoesporte, ele fez uma profissão de fé no 4-4-2, que considera o esquema tático que permite maiores variações. E creditou ao uso recente do 3-5-2 alguns males do futebol atual, como laterais que saibam marcar e a falta de recomposição das equipes. Ele critica também a escalação de jogadores exclusivamente por sua qualidade na bola aérea. Para ele, isso deve ser apenas um complemento. Muricy pensa diferente. Basta ver sua insistência com o veterano Marcos Assunção.

É bom lembrar que em 2005, os volantes do São Paulo eram Mineiro e Josué. E em 2007, Richarlyson e Hernanes. Os quatro chegaram à seleção. Dos quatro, apenas Richarlyson não foi para a Europa. E iria, caso Muricy não cometesse um erro nos anos seguintes. Para dar chance a Fábio "Vida Loka" Santos, mandou Richarlyson para a lateral-esquerda. Mas, o importante é que os zagueiros eram muito bem protegidos pelos volantes. E tanto Mineiro como Hernanes tinham saída de bola, chegavam ao ataque e faziam a transição da defesa para o ataque. Richarlyson também, mas de uma maneiro muito menos técnica. Comparados com os volantes do elenco de hoje, são melhores na proteção à defesa e na transição ao ataque.

A longo – talvez médio – prazo a opção por Autuori é melhor. Ele vai treinar o time segundo padrões modernos do futebol. Com a recomposição diminuirá o número de faltas cometidas. Com Muricy, que além de ótimo técnico, também é um motivador, os resultados devem aparecer mais rapidamente. E isso é muito importante para Juvenal Juvêncio, que tenta fazer seu sucessor em abril do próximo ano.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.