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Autuori vai conversar com Ganso e com a zaga. E o standup de Juvenal perdeu a graça

Menon

11/07/2013 19h55

Paulo Autuori vai tomar algumas medidas urgentes no São Paulo. Uma delas é arrumar o posicionamento da defesa que tem sofrido muitos gols pelo alto. Perguntei a ele se seria possível repetir a atuação que tiveram Fabão, Lugano e Edcarlos (nenhum craque, convenhamos) contra o Liverpool na decisão do Mundial em Tóquio-2005.

Ele sorriu e demonstrou satisfação com a lembrança. E falou do presente. "Bem, os zagueiros do São Paulo possuem força e altura. Vamos treinar muito posicionamento. O trabalho vai fazer as coisas melhorarem".

Ganso vai ser um dos focos de Paulo Autuori. Ele disse a amigos que vai ter uma conversa com o meia.  Com certeza, repetirá o que falou na entrevista coletiva. "É um jogador de muita técnica e isso é importante, mas no mundo de hoje o jogador não pode ser apenas técnico. Tem de ser competitivo".

Autuori é fã do 4-4-2. Para isso, pede que os jogadores tenham capacidade de recomposição no meio do campo. Ganso e Jadson vão precisar marcar mais. E recomposição não se faz apenas com meias. Volantes precisam apoiar. E tome conversa. Com Denílson, que ele levou ao Mundial de 2005, ainda com 17 anos e com Wellington. Ninguém no clube está contente com a nova postura de Wellington, que anda discutindo muito e fazendo muitas faltas. "E o Paulo sabe fazer isso muito bem. Ele tem esse jeito quietão, mas sabe comandar muito bem", me disse alguém de importância no futebol do clube.

Autuori falou pouco. Seu jeito calmo e discreto foi "engolido" pelo histrionismo de Juvenal Juvêncio. O presidente queria falar e mandou a entrevista ser prolongada, atrasando o início o treinamento. Falou muito. Falou o de sempre.

Foi o velho show de standup, cada vez menos engraçado e cada vez mais patético. Citou Camilo Castelo Branco ao dizer que "o sol, a chuva e o sereno são dantescos", repetiu a história de Cicinho: "um dia em Mirassol, a torcida do São Paulo gritou Cicinho, Cicinho. Eu disse ao João Paulo que deveríamos nos render ao vox Populi  vox Dei e contratei o Cicinho. Ele não jogou nada, quis renovar e eu falei para ele ir embora. Hoje, fiquei sabendo que ele disse que ficou seis meses enganando o São Paulo. Só bebia. Então, torcida é paixão e gestor é razão". Tudo isso que você leu em 15 segundos foi contado em cinco minutos.

Criticou os gastos de outros clubes e se disse impressionado ao saber que o "Lourival Jr" ganhava R$ 800 mil no Flamengo e para contestar que o São Paulo estavas contratando muitos técnicos, sacou uma lista com a duração dos técnicos de 2003 até agora. Detalhe, a lista era de técnicos do Corinthians.

Ao dizer que o São Paulo é bem dirigido administrativamente chamou Adalberto Batista de "capitão de indústria", como se isso fosse certeza de bom gerenciamento de futebol ou, pelo menos, de contratações corretas.

Depois vieram as insinuações: eu sei porque você pergunta isso, eu sei porque a mídia diz isso blablabá. Quando a pergunta foi sobre a eleição, a resposta veio irônica e com mais insinuações ainda. "Eu sei porque essa pergunta. Eu sei para quem interessa falar na eleição e não vou falar. Só vou lembrar que vocês da mídia falavam do Lapolla na última eleição. E ele teve sete votos. Os outros, todos os outros foram meus. Agora, vai ser parecido".

Foi triste o espetáculo.. Fim de feira. Fim de gestão.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.