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Técnico do Guarani tira 4 metros do campo. Em busca de intensidade

Menon

12/07/2013 16h27

Muitos treinadores comandam atividades em campo reduzido antes de jogos. Tarcisio Pugliese, do Guarani, foi mais além. Ele reduziu, literalmente, o campo do Brinco de Ouro da Princesa, onde o time manda suas partidas. "Mandei diminuírem a largura do campo em quatro metros. Assim fica mais fácil colocar em prática o que treinamos em campo reduzido", diz, antes de dar um exemplo prático de como a mudança pode ajudar. "Se o adversário vem aqui nos enfrentar com a ideia de ficar atrás, rodando bola de um lado para outro, terá mais dificuldades. Damos mais intensidade ao jogo".

Intensidade é o conceito que norteia o estilo de jogo defendido por Pugliese, 32 anos, formado em Educação Física pela Unicamp. Assim como Tite fala em equilíbrio, ele não abre mão da intensidade. "Em toda situação de jogo, buscamos isso. Intensidade máxima. Na transição defensiva, na transição ofensiva, na rotação, no estilo de marcação ou no contra-ataque. É um conceito que permeia meu trabalho e de que não abro mão".

A busca é enfatizada em cada treinamento. "Uso metodologia integrada, não separo os treinamentos em físico, tático ou técnico. Trabalhamos sempre conjuntamente. E uso a marcação zonal".

Os ensinamentos são bem assimilados pelos jogadores. Não é de se estranhar. Eles estavam com Pugliese no Icasa, na Série C do ano passado e no Caldense, no campeonato mineiro desse ano. São oito e estão novamente juntos no Guarani. "Estar aqui, para mim, é uma realização. A cada ano eu melhoro um pouco e com seis anos de carreira cheguei a um clube de tradição e que luta para buscar seus melhores momentos. É uma honra muito grande comandar essa reformulação.

É o sexto ano seguido que comanda um time da Série C. Seu melhor momento foi no ano passado, quando se sentiu campeão duas vezes, mesmo não sendo nenhuma. "Comecei o ano no Icasa e saí no final do primeiro turno. O time era líder e tinha a defesa menos vazada. Fui para o Oeste que estava bem mas melhorou comigo. Nos dois times, eu tive a melhor média de aproveitamento entre todos os clubes. O Oeste ficou entre os quatro primeiros e eu saí antes da fase final por divergência com a diretoria"

O Oeste foi campeão da Série C. O vice-campeão? O Icasa. "Me senti feliz pelos dois times e por meu trabalho ter dado certo", diz Pugliese. No Guarani, o trabalho tem dado resultados. O time faz sua quarta partida na Série C, domingo, dia 14 às 10 horas no reduzido Brinco, contra o Barueri. Até agora, tem uma vitória e dois empates. A defesa está invicta e o ataque fez apenas um gol. "Meu time sempre sabe muita coisa sobre o adversário, sobre as cobranças de falta e escanteio. Estudo bastante. Isso ajuda a não levar gol. Fizemos só um, mas estamos criando muitas oportunidades, que é o mais importante".

Juntamente com Dado Abreu, treinador do Paraná e Marquinhos Santos, todos com menos de 35 anos, Pugliese é a ponta de uma renovação que se insinua no futebol brasileiro. Ele a reconhece, mas não vê nada de organizado, não busca semelhanças com os companheiros. "O futebol vem evoluindo e gente nova pode trazer novos ares, novos conceitos, para o bem ou para o mal. A verdade é que, com novos ou velhos, é necessário mudar as coisas no nosso futebol. Estamos muito atrasados em relação à Europa quando se fala de tática".

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.