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Menon

A ambição que falta em Kleina sobra em Luxa

Menon

30/07/2013 22h49

Vanderlei Luxemburgo está empregado novamente. Em um grande time que tem um grande parceiro. É mais uma chance (a vigésima?) de fazer um trabalho de nível novamente. Um trabalho à sua altura. Sim, porque hoje, Luxemburgo, que eu considero o mais talentoso treinador brasileiro, é muito mais lembrado por seus trabalhos o Cruzeiro, Corinthians e Palmeiras, o mais novo deles há dez anos.

 Quando deixou de ser apenas técnico para se tornar o chefe de uma imensa legião de entendidos de futebol, Luxa se perdeu. Perdeu a concentração. Quer ser manager, quer indicar jogadores – e só jogador medalhão – e se perde. Há quanto tempo não revela alguém? No Grêmio, só para lembrar, contratou Cris, André Santos e Fábio Aurélio. Um veterano, um indisciplinado tático e outro contundido crônico. Para ter Barcos, deu quatro jogadores ao Palmeiras, além de rifar Marcelo Moreno. Como uma adolescente mimada, que não aceita repetir vestidos em bailes. Ainda existem bailes?

Lembram quando Luxa foi treinar o Real Madrid? Levou uma comissão técnica tão grande que havia dentro dela um auxiliar que deu uma ridícula entrevista dizendo que Guti, queridinho da torcida, era um jogador limitado. Paulo Campos é o nome da fera. Ajudou na queda de Luxa. Antônio Lopes, seu mais fiel escudeiro me disse uma vez que Vanderlei era o head coach. Ah, tá. Foi assim, sem contar suas transações fora de campo – vive processando e sendo processado, teve seu Instituto Vanderlei Luxemburgo sendo contestado na Justiça – que Luxa esqueceu que é bom mesmo como técnico.

Tem um bom elenco na mão. Um material que pode ajuda-lo em sua retomada rumo à gloria. Talento ele tem, mas a ambição e a soberba estão no mesmo nível.

Falta ambição ou sobra falsa humildade a Kleina? Eu não aceito essa conversa de que "o que interessa é subir, não precisa ser campeão, porque a Série B dá quatro títulos?" Ora, isso é bom para a Ponte Preta. Por que não se cobrar mais? Por que não falar da grandeza do Palmeiras e dizer que só o título é que interessa?

O Palmeiras tem uma cota de televisão muito maior do que adversários como Sport. E muuuuiiiittto maior do que a Chapecoense, por exemplo. Sem contar a história. Então, tem de ser campeão, sim.

Se não for, quem será? O torcedor do Palmeiras ficaria contente em ser vice da Chapecoense? Avaí? Joinville? Figueirense? Ou mesmo do Sport? Pode até ser. Mas um técnico com alma de campeão não pode. Tem de saber que time dirige, que com que voo pode sonhar e assumir a responsabilidade. Tem de ser campeão, Kleina. O Palmeiras merece.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.