Come-Fogo, uma linda história, ganha um livro fundamental
Comercial, o Leão, e Botafogo, a Pantera, ambos de Ribeirão Preto, fazem, com seu Come-Fogo, cheio de rivalidade, uma página bonita da história do futebol brasileiro. Futebol que cria ídolos como Sócrates, Raí, Piter, Paulo Bim, Jair Bala, Aguillera e tantos outros, que leva vizinhos a não se cumprimentarem, tem sua importância sim, por mais que os torcedores de sofá prefiram ver a segundona da Transilvânia.
Igor Ramos, jornalista de 40 anos, conta essa história cheia de lances dramáticos, bem humorados, covardes e heroicos. É futebol, não? E ao contar a história, ele a modifica. Uma pesquisa árdua, com três anos de duração, o levou a descobrir três jogos que nunca haviam sido contabilizados. Assim, o primeiro Come-Fogo passa a ser de 1929.
Abaixo, algumas estórias desta grande história
O primeiro gesto de fair play
O termo é novo e o gesto de
jogo limpo, também fez história no clássico de Ribeirão Preto em plenos anos 50 contrariando a tese de que a
registros do futebol brasileiro o lance no Maracanã é até hoje apontado como o primeiro gesto de fair play, pois Garrincha teve a chance de marcar um gol, mas preferiu por a bola para fora
depois de uma dividida com
Não menos épico, cinco anos antes, no dia 13 de novembro de 1955, coube ao goleiro argentino Bonelli a iniciativa de jogar a bola para fora de campo para que o
presa nos jornais da época,
Campeonato Paulista. O
e fez dois gols, aos 44 do
(aqui por ser um jogo do interior, sem grande mídia, o fato passou despercebido, ao contrário do mega evento do Maracana e dos personagens envolvidos no clássico carioca. Mas o fato em si, já havia sido observado no jogo em Ribeirão Preto. )
Botafogo 4 x 2 Comercial
(Campeonato Paulista ‐
Data ‐ 13 de novembro de 1955
Local ‐ Estádio Luiz Pereira
Botafogo ‐ Machado, Fonseca,
Wilsinho, Tico, Neco,
Técnico ‐ Floreal Garro
Comercial ‐ Bonelli, Toninho,
Sula, Acosta; Ademar,
Técnico ‐ Arthur Nextor
Gols ‐ Paulinho 7 (1T),
Fernando 26 (2T) e e Acosta
Renda e público ‐ Cr$ 233.860,
Arbitragem ‐ José Bento Feijão
BHC deixa Comercial no túnel
Para vencer um Come‐Fogo
em Palma Travassos, como no
com que o técnico Alfredo Sampaio realizasse a sua preleção nas escadas do túnel de acesso ao gramado, repetindo no in‐
tervalo do primeiro tempo. Os
tomassem cuidado com as
aos seus jogadores.
O goleiro Lourenço foi o nome do clássico. Com grande defesas no primeiro tempo e segurando uma grande pressão botafoguense na etapa final, o camias 1 do Comercial saiu de campo com todos os prêmios possíveis. O empate manteve por mais um jogo
tida seguinte, ainda no ano
Carnaval do Magrão
Pela terceira vez consecutiva, Sócrates deixou a sua marca contra o Comercial. O primeiro Come‐Fogo de 1976 aconteceu em fevereiro e foi válido pelo Torneio Vicente Feola. A vitória dentro do Palma Travassos garantiu ao Botafogo uma vaga
e tirou o rival do páreo. Para o jovem craque, os gols no Come‐Fogo só aumentavam a admiração e a idolatria que os torcedo‐
res botafoguenses tinham por
Na etapa final o Botafogo foi melhor. Mingo cruzou, João Marques não alcançou, mas atrás dele estava Sócrates, totalmente livre de marcação, para bater no canto esquerdo de Lula. Eram 28 minutos do segundo tempo e a partir daí o Comercial não teve forças para buscar o empate e acabou sucumbindo mais uma vez ao talento de Sócrates.
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