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Bruno derrubou o Palmeiras. E a minha pauta também

Menon

27/08/2013 15h18

Na sexta-feira, recebi uma sugestão de pauta vinda de meu parceiro Rubens Leme da Costa, jornalista que tem um grupo de funk no Maranhão. Palmeirense fanático, ele contava que o seu time ainda não havia levado nenhum gol de cabeça na Série B, exceção a duas jogadas de rebote. Sugeriu que eu fizesse uma relação com matéria publicada pela Placar em 1983, em que se defendia a convocação de Luís Pereira e Vagner Bacharel, então dupla titular do Verde, igualmente virgem em bola parada.

Achei boa ideia e pedi auxílio da assessoria de imprensa do Palmeiras. Consegui uma declaração de Gílson Kleina. "Isso se deve ao trabalho que está sendo desenvolvido, principalmente em relação ao posicionado e, claro, a experiência e qualidade dos nossos zagueiros. A parte defensiva como um todo tem se portado bem e todo mundo está atento, então é algo que chama atenção. A gente tem que continuar assim, trabalhamos sempre esse fundamento em véspera de jogo e quando temos a semana cheia, mas é principalmente mérito dos jogadores que estão sempre se entregando para que os resultados apareçam."

Também consegui um áudio com Fernando Prass, o goleiro titular, ausente do jogo contra o Boa. Prass disse que tudo era a soma de concentração + qualidade técnica + organização. Explicou que o fato de conhecer bem os zagueiros Vilson e Henrique resultava em uma boa sincronia entre eles. "Sei que Vílson é ótimo para atacar a bola e que Henrique tem bom posicionamento. E eles também sabem quando vou sair na bola ou quando vou esperar", disse.

Prass louvou também o trabalho duro diário, em que se treina muito a defesa contra situações de bola parada como escanteios, escanteios curtos, faltas frontais e faltas laterais.

Para terminar, disse algo que soava como premonição.. "Nem é bom falar muito disso porque pode dar azar".

Como não acredito em azar e como vi que poderia ser uma boa matéria, resolvi esperar. Na segunda-feira falaria com os zagueiros. Com dois minutos de jogo, percebi que havia errado. Foi o bastante para que o Palmeiras levasse seu primeiro gol de bola parada.

Bruno era o goleiro, como nas outras duas derrotas do time. Todas por 1 a 0. É algo simplista – Rubens e outros palmeirenses não acham – culpar apenas o goleiro Bruno pelo crime das derrotas. Mas a verdade é que ele deve procurar outro rumo para sua carreira. Cotado como sucessor de Marcos, perdeu lugar para Deola. Perdeu lugar para Prass. E, no intervalo, foi para a Lusa em 2011 e ficou na reserva de Weverton. Bruno precisa sair do Palmeiras e mostrar em outro lugar que é um bom goleiro. E assim não derrubar mais o meu trabalho.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.