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Menon

Bom Senso F.C precisa ser movimento de massa, não de elite

Menon

25/09/2013 13h30

O número inicial de jogadores engajados em busca de um calendário mais humano e de um futebol mais bem organizado impressiona. São 75. Um número grande de atletas rompendo o silêncio de décadas. E, como é normal, o movimento vem de uma elite. São jogadores que já estiveram fora do Brasil, com experiência, muitos deles acima de 30 anos e pessoas com bom poder de verbalização. São diferenciados.

O necessário agora é a transformação de um movimento de "boas cabeças" para um movimento de massa. As ideias de Alex precisam fazer bem ao Zezinho Xiriri, lá da sexta divisão do Campeonato Brasileiro. É preciso que as reivindicações sejam levadas a todos os jogadores, é preciso que se saiba o que é necessário para que o futebol melhore. 

Nesse processo todo, não vejo como fundamental que os jogadores se coloquem, como ponto de honra, contra as estruturas sindicais existentes. É lógico que a Federação do Atletas, que os sindicatos de atletas não possuem uma trajetória coerente de luta. São entidades pelegas. O fato de o Sindicato dos Atletas do Rio haver bancado a formação da Federação de Treinadores é um absurdo. Alfredo Sampaio, presidente do sindicato dos atletas faz parte da diretoria da federação de treinadores. A justificativa foi ridícula. "Todo jogador sonha um dia em ser treinador, então se eu estou ajudando na formação da federação de treinadores estou ajudando também o futuro dos jogadores".

É muito ruim. Mas é o que tem para hoje. E, se é assim também é por culpa de jogadores como esses 75 nunca se pronunciaram, nunca fizeram nada. Deixaram o campo para os aproveitadores. Então, não considero errado busca união com as entidades existentes, ainda que dignas de todas as críticas, e caminhar na massificação das propostas. Depois, por que não, pode ser possível até a tomada dessas entidades.

Boa sorte aos atletas que começaram a fazer algo. E que tenham o bom senso de não se isolarem, de não caírem no conto da "diferenciação", do isolamento de entidades já existentes. Se forem apenas um movimento de elite, pouco vai mudar no futebol brasileiro.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.