Topo

Menon

Muricy não é elixir milagroso que tudo cura

Menon

26/09/2013 23h57

A figura já foi mostrada em vários filmes: um charlatão que chega em cidadezinhas do Velho Oeste vendendo um elixir que cura tudo: de câncer à frieira, de sinusite à tristeza pela ausencia da mulher amada. Muita gente compra, continua doente e o espertalhão acaba expulso, buscando outros incautos na próxima parada. Ainda hoje, em pequeninas cidades há pessoas que vendem líquidos milagrosos. São chamados de "garrafadas".

É lógico que não há cura para tudo. Ainda mais concentrada em uma única fórmula. Apavorada pela situação falimentar de seu time – não de seu clube – a torcida do São Paulo passou a acreditar após três vitórias seguidas, a partir da chegada de Muricy, que todos graves problemas do clube estariam resolvidos.

Muricy cura. O principal problema do São Paulo foi resolvido. Se o paciente não fizer besteira e continuar se dedicando ao tratamento não cairá para a Segundona. Os outros sintomas, porém, vão demorar para ter solução. O time continua jogando mal, com erros de passe, de finalização e até a defesa, vazada apenas duas vezes em cinco jogos ainda não dá confiança. O time escapou da morte mas ainda está doente.

E o problema não é Muricy, é claro. Nenhum treinador do mundo vai resolver os problemas do São Paulo, mostrados mais uma vez na partida contra a Universidad Católica, em curto prazo. Tem muita coisa errada. E, me arrisco a dizer, o doente só tem cura se partir, no final do ano, para uma terapia agressiva. Amputação. Precisa afastar muitos jogadores fracos que tem no elenco.

Gente esforçada, como Aloísio, ótimo para times médios. Gente como Wellington, que não consegue evoluir. E há muito mais. Todos podem fazer sua lista. Os nomes vão variar pouco.

O time pode até eliminar a Universidad, vencendo o jogo no Chile, pode ser campeão da Sulamericana, mas o verdadeiro título de 2013 é garantir a continuidade na Série A. O resto é sonho de quem já viveu, por longo tempo, uma realidade gloriosa. Muricy é trabalhador, não é milagreiro.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.