Topo

Menon

Enfim, Muricy venceu no estilo Muricy

Menon

31/10/2013 02h27

Estava ouvindo o Mario Marra na CBN antes do jogo e me senti representado por suas palavras. Ele dizia sobre a fragilidade dos clichês impostos às pessoas. Fragilidade ligada às mudanças da vida. Estamos em constante mutação, não somos hoje o que fomos ontem. Ainda bem e tomara que não sejamos amanhã o que somos hoje. As pessoas mudam e os críticos devem estar atentos às mudanças das pessoas que somos pagos para analisar. Questão de honestidade.

Confesso que não sei como a mudança começou a ser criada, quando ela se cristalizou, mas a verdade é que Muricy estava diferente. De todos os técnicos recentes do São Paulo foi aquele que deu mais chances a Maicon. E com isso, ganhou muito toque de bola no meio-campo, conseguiu uma saída de bola desde a defesa com muita qualidade. O oposto do Muricybol que tanto foi criticado. Incenticou Rodrigo Caio a sair com a bola lá de trás. Montou um time com fluência, sem ligaçã direta e sem muitos cruzamentos. Ah, um detalhezinho de nada. Foi com ele que Ganso (a bem da verdade já vinha evoluindo) passou a jogar bem de forma constante. Não mais lampejos.

Contra o Nacional, porém, o Muricybol voltou. Foi uma vitória suada, consagrada com dois gols de cabeça de Antonio Carlos, um zagueiro que tem tudo para entrar na história do clube. Foi uma vitória do suor e não da inspiração. Se estivesse de mau humor, Muricy poderia repetir quer ver espetáculo vai no teatro, meu filho.

Foi a quinta vitória seguida, foi a décima vitória do São Paulo, a primeira nesse estilo. Foi no sufoco mesmo, mas não precisava ser assim. Houve dois erros defensivos que atrapalharam muito. E os dois resultaram em gols. Aliás, não sei se Muricy falou, mas deveria falar: Rodrigo Caio, presta atenção. Dá de bico que facilita. O segundo erro foi a cabeçada com direção errada de Antonio Carlos, o herói do dia.

O time teve dificuldades em jogar pelos lados do campo. Ademílson fez falta e ficou claro que é muito difícil Luís Fabiano e Aloísio jogarem juntos.

Mas, apesar de tudo, o time venceu. Na pressão, com escanteio cobrado por Osvaldo, vejam só. 

Agora, cabe a Muricy fazer o time errar menos na defesa. Sofrer menos gols. É uma façanha incrível você conseguir três vitórias, levando dois gols em um jogo, três no outro e mais dois no último. Precisa arrumar. E isso, entre outras coisas, Muricy faz muito bem.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.