Topo

Menon

Marketing fatura com Aloísio e abandona Pedro Rocha

Menon

31/10/2013 21h37

Tudo é muito rápido no futebol. Um jogador limitado como Aloísio ganhou uma camisa comemorativa do São Paulo por seus gols. Ou será por suas voadoras? Nada a contestar. A torcida gosta do estilo boi bandido e deve comprar muitas camisas. O jogador fatura. O clube também.

Tão rápido para homenagear Aloísio, o marketing do São Paulo perdeu a oportunidade de fazer uma grande homenagem a Pedro Rocha, um dos maiores jogadores da história do clube. Não vai dar tempo. Pedro está muito doente.

Está doente há algum tempo. Doença degenerativa diagnosticada há quatro anos e sem possibilidade de cura. O grande craque perdeu os movimentos, perdeu a fala, vive na cama. Consciente de tudo, mas sem poder fazer nada.

Em janeiro de 2013, o Peñarol anunciou que havia chegado a um acordo com o São Paulo para a realização de um jogo entre os dois times como forma de homenagem ao jogador que foi campeão do mundo pelos uruguaios e que brilhou no São Paulo. De início, o São Paulo achou ótima ideia. Depois, disse que não havia datas disponíveis. Não havia UMA data para UM jogo no Morumbi.

É lógico que houve data para um amistoso em Londrina, quando Caramelo estreou. É lógico que houve datas para a excursão à Europa. Amistosos que renderam dinheiro ao clube. A homenagem a Rocha não renderia nada. O dinheiro, segundo ideia do Peñarol, era que a renda ficasse com a família do Verdugo.

A homenagem será aquela de sempre. No primeiro jogo após a partida de Rocha, o São Paulo fará um minuto de silêncio. Os jogadores talvez tenham camisas com o nome de Pedro Rocha nas costas. Talvez levem a mulher de Rocha e seus filhos para receberem uma placa de prata. Coisas assim.

Talvez gastem um pouco do que faturaram com a camisa de Aloísio para homenagearem Pedro Virgilio Francheti Rocha.

Poderiam se lembrar da Copa Eusébio, em que o Benfica anualmente homenageia seu grande craque.

PS – Eusébio está vivo.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.