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Alessandro, simbolo da retomada, já faz parte da história

Menon

18/11/2013 22h24

Alessandro tem um currículo invejável. São muitos títulos. O site oficial do Corinthians lista os seguintes: Campeão Carioca (1999, 2000 e 2001), Copa dos Campeões (2001), Campeonato Ucraniano (2005), Copa da Ucrânia (2005), Campeonato Brasileiro Série B (2003, 2005 e 2008), Campeonato Gaúcho (2006), Campeonato Paulista (2007 e 2009) , Copa do Brasil (2009), Campeonato Brasileiro (2011), Libertadores (2012), Mundial de Clubes (2012), Campeonato Paulista (2013) e Recopa Sul-Americana (2013). Muito, né? Pouca gente tem uma carreira tão vitoriosa, passando por Flamengo, Palmeiras, Grêmio, Cruzeiro, Santos e Ucrânia, ECorinthians, é claro.

Mesmo assim, Alessandro nunca foi lembrado para a seleçãoo brasileira. E ninguém, nem ele, ficou bravo com isso. Realmente, não é para tanto. Tem suas qualidades, mas não é um craque. É daqueles que ficam na história pelo suor e não pela inspiração. Não importa. O jogador que está vendo sua carreira terminar no final do ano, que, muito provavelmente, nunca mais entrará em um campo de futebol, está na história do time mais popular de São Paulo.

Com 256 partidas e apenas quatro gols, Alessandro é o símbolo da retomada corintiana. Chegou ao clube para o Paulistão de 2008, após a queda para a segunda divisão. Estava no Santos e aceitou na hora o convite corintiano. Era época de reconstrução e muita gente veio com ele. Dos mais antigos, Chicão saiu há pouco e Douglas voltou, depois de sair por um tempo.

Restou Alessandro. Quando deixou  campo lentamente, após o nono empate por zero a zero no Brasileiro olvidável que sucedeu o ano inesquecível, com certeza estava pensando em tudo o que passou no clube. Ou, que não mais haverá quartas e domingos no Pacaembu ou fora dele. Mesmo porque não haverá mais Pacaembu.

A troca do Pacaembu pelo novo estádio é emblemático da carreira de Alessandro. Ele, que esteve nas dificuldades e nas glórias, não estará no novo estágio corintiano, cada vez mais poderoso e rico. 

Mais que um simbolo dessa retomada, Alessandro é um pouco símbolo do time campeão do mundo. O Corinthians de Tite era mais do que a soma de suas individualidades. Se cada jogador valia sete, os onze juntos eram mais que 77. Alessandro, Chicão, Fábio Santos, Romarinho (lembram-se de outros?) são jogadores que nunca renderam e nunca renderão como nesses anos. Jogaram  acima do limite.

Alessandro teve, é necessário dizer, muita sorte. Foi dele o passe açucarado para Diego Souza na Libertadores-12. O Corinthians estava no ataque, ele recebeu a bola e errou bisonhamente. Entregou para Diego Souza, que  caminhou pelo Pacaembu sem ser alcançado e, na frente de Cássio, errou. Faltavam 30 minutos para o final e o Corinthians precisaria de dois gols para não ser eliminado.

Se Diego Souza fizesse, se Cássio não defendesse, seria difícil para Alessandro continuar no Corinthians. Ele estaria na história, sim, mas ao lado de outros que erraram quando não podiam: Guinei, Coelho, Roger pega pega.

Não foi assim. E o que se pode dizer é que Alessandro, um cara honesto, mereceu a sorte que teve. Será amado e não odiado pelo povo.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.