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Bom Senso contra a falta de caráter de cartolas e torcedores

Menon

29/11/2013 20h19

O Bom Senso F.C deu um passo gigante ao mandar um representante defender os jogadores no Náutico na briga contra dirigentes inéptos e caloteiros. Acho que a solução encontrada foi ruim: os cartolas prometeram pagar os atrasados até o dia 9 de dezembro, um dia depois do final do campeonato. Como acreditar? Deveria haver um prazo até dia 6 no máximo. Mas, independentemente do que eu ache, foi histórico um movimento de jogadores atuar para ajudar companheiros.

Foi importante também porque o movimento caminhava para uma indefinição: os protestos, ainda que bonitos, estavam sendo assimilados muito rapidamente. "O que eles vão fazer hoje"? era o que se perguntava a cada rodada. Todos aplaudiam e nada acontecia. A CBF não se mexia. E o ano está acabando. Paulo André, um dos líderes, disse hoje que os cartolas estão apostando na desmoblização com o final do ano e a chegada das férias.

O triste caso do Náutico serviu para que os ânimos se acirrassem. Se nada mudar, a radicalização vai chegar. E a culpa é dos opressores. Como levar a sério uma entidade comandada por Zé Maria Marin? Ele está pouco preocupado com o futebol do Brasil e está zero preocupado com o presente dos jogadores de futebol.

O nível dos dirigentes é muito ruim. Lúcio Surubim, ex-jogador, ex-comentarista e atual dirigente do Náutico, após o acordo firmado, ironizou os jogadores. "Estão fazendo beicinho porque não tem mais café da manhã, porque não tem mais atadura importada?

Outra luta do Bom Senso é contra a atitude dos próprios torcedores brasileiros. Outro dia, escrevi aqui que o São Paulo precisava ter dignidade para enfrentar com seu time principal os dois jogos restantes do Brasileiro. Fui duramente contestado. No twitter, alguém disse, "por que só nós precisamos ter dignidade?" como se isso fosse um fardo, como se fosse algo ruim ter dignidade na vida.

Outros deixaram claro que desejam derrotas contra Criciúma e Coritiba, como forma de prejudicar Vasco e Coritiba. Atenção: eles não diziam que ficariam feliz com a derrota, assumiam que ficariam felizes com a derrota proposital. Como ficar feliz com uma entrega de jogo, com uma derrota proposital? É isso que defendem.

E não são só eles. Sinceramente, acredito que a maioria dos torcedores de todos os times sonham com isso. Com falta de caráter em campo.

É dura a vida do Bom Senso F.C

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.