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Menon

Juvenal devia assumir o Fluminense

Menon

20/12/2013 06h00

Quem gosta de futebol sempre acredita na pureza do torcedor. Ele, o torcedor comum e não o delinquente organizado, seria portador de todas as qualidades que faltam aos cartolas. O dirigente – esse tipo de dirigente que manda no futebol brasileiro – seria o culpado por todo o atraso da primeira paixão nacional. Ou seria a segunda?

Mas nada é tão fácil assim. As coisas não são estanques, não são brancas e negras. Foi o que se viu no julgamento do caso Portuguesa x Fluminense. Vou ser muito sincero: se eu fosse dirigente do Fluminense também gostaria de continuar na Série A, mesmo que para isso tivesse de me aproveitar de um erro sem intenção de dolo por parte de um adversário. Sofreria muita pressão se não fizesse isso.

O que não consigo entender é o torcedor do Fluminense sair de sua casa e ir até a sede do Tribunal gritar o nome de seu clube. Ligar o nome do meu clube à esperteza jurídica? Comemorar a defesa do advogado em vez da defesa de Cavalieri? Gritar a cada voto favorável em vez de gritar um gol de Fred? Comemorar a virada no tribunal em vez da virada em campo? Vibrar no tapetão e não no campo?

Os bobões que fizeram isso, além de ligar o nome de seu clube – ainda mais – a práticas escusas – destroem a tese de que os cartolas são ruins e os torcedores uns anjos. Não, são todos iguais essa noite. E nas outras também.

Enquanto esses torcedores ratificam a tese da esperteza do Fluminense, tricolor carioca, Juvenal Juvêncio, a cada dia, faz de tudo para derrubar outra tese – já esmaecida – muito cultivada pelos tricolores paulistas. Aquela que diz ser o São Paulo um clube diferente. Especial. Ele, que está na direção graças a um estratagema jurídico que aumentou seu mandado, ameaça mudar seu estatuto novamente. Para fugir de uma fiscalização rigorosa em relação à cobertura do Morumbi.

Os torcedores do Fluminense – esses que foram comemorar uma vergonha, uma vitória fora de campo – se sentiriam muito bem se Juvenal Juvêncio mudasse de ares e trocasse o tricolor paulista pelo tricolor carioca.

Um feliz casamento. Quem quiser mandar presentes procure as lojas Tabacow.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.