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A vergonhosa reeleição de Marco Polo del Nero

Menon

22/01/2014 11h30

Quem coloca as palavras dirigente de futebol e fundo do poço na mesma frase sempre corre o risco de ser ironizado pouco tempo depois quando se percebe que o que era péssimo ficou muito pior. E o cuidado deve continuar, porque no futebol brasileiro – falando de dirigentes – a sensação de que tudo pode piorar se transforma em certeza rapidamente.

Marco Polo del Nero foi reeleito presidente da Federação Paulista de Futebol sem oposição. Em qualquer governo do mundo há oposição. Nos países democráticos, ela vai às urnas. Nas ditaduras, vai às ruas. Não há 100% de aprovação. Se a Igreja optar por eleições diretas, haverá mais de uma chapa. Mas, com Marco Polo del Nero, não. Ninguém tem nada contra ele. Impressionante, não?

O São Paulo tinha. Desde quando Marco Polo, louco para puxar o saco de Ricardo Teixeira transformou aquela cessão de ingressos para o show da Madonna em algo suspeitoso. Juvenal gritou, esperneou e agora está junto ao inimigo.

Carlos Miguel Aidar, que pode ser o novo presidente do São Paulo, defende a CBF contra a Portuguesa e Flamengo . A CBF, que é de Marin, que é amigo de Marco Polo. Quer dizer, o candidato à presidência do clube ganha dinheiro (de forma honesta) se associando à CBF que deverá ter a direção de Marco Polo em pouco tempo.

E a Portuguesa? O presidente Ilídio Lico disse que havia recebido uma proposta indecente da CBF de Marin-del Nero para aceitar o rebaixamento. Recusou o dinheiro, mas cedeu o voto. Custa ter um pouco de altivez e votar em branco, nulo ou alguma coisa? Mostrar a língua, talvez.

E  o Corinthians? Andrés Sanchez, o maior presidente da história do clube e, é candidato à CBF contra Marco Polo. E o seu clube apoia Marco Polo? Vai entender.

O Santos está feliz? Os outros estão felizes? Para quem é bom esse campeonato longo e sem charme? Sem dinheiro?

Estão todos ajoelhados. Dirigem gigantes como se fossem clubes de várzea.

O resultado é o seguinte: Marco Polo será presidente da CBF. Em seu lugar entrará o obscuro Reinaldo Bastos, que nunca dirigiu um time grande. E torce para o Flamengo.

Nada contra o Flamengo, mas essa não é uma prova da decadência?

Sempre pode piorar. Esperemos.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.