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Cobertura do Morumbi fica pronta antes do time

Menon

15/02/2014 22h29

Muricy, antes do início do jogo contra a Portuguesa, disse que o São Paulo havia mudado em relação a 2013: agora há mais união e disciplina. "Estamos construindo um time", afirmou, repetindo o que havia dito na semana passada. Então, prometera que o São Paulo teria um time ao final do Paulista.

A bola rolou e não se viu nenhum avanço em relação à derrota contra a Ponte Preta. Não é de se estranhar muito. Basta ver o que aconteceu no intervalo. Muricy trocou Wellington por Denílson, que não soube explicar o motivo: "acho que é porque ele tem amarelo".  Que alento pode ter a torcida quando sai Wellington e entra Denílson? O que pode mudar tática ou tecnicamente? E esse negócio de trocar jogador que tem amarelo é triste, não? O cara não consegue se segurar 45 minutos sem fazer uma falta feia?

Roger Carvalho estreou. E qual foi o lance mais perigoso contra o São Paulo? Gol de William Magrão, de cabeça, mal anulado. Continua o problema. Entra um, sai outro, volta aquele  que havia saído e  nada muda. Bola pelo alto é pânico.

Ganso continua lento e sem entender o jogo. Provou na entrevista pós-jogo em que acusou a Portuguesa de ser um "time que veio para não jogar". Mentira, porque a Lusa teve chances, sempre pelo lado esquerdo do ataque. Caio perdeu um gol feito.  Pabón impediu um gol ao jogar o corpo contra a bola. Houve chances contra o São Paulo, sim. Apesar da cera.

Mas, o que mais me preocupar no Ganso é esse modo de encarar o futebol. Um time grande, um time que luta por títulos, sempre vai ter pela frente equipes que apostam na defesa, que se armam atrás e apostam no contra-ataque. Ao craque do time, cabe a responsabilidade de superar esse problema proposto pelo rival. Cabe criar soluções criativas e não ficar choramingando.

O São Paulo está demorando para se acertar. Basta comparar com a Portuguesa que tinha, em relação ao time do ano passado, dez novidades. Apenas Vanderson era titular. Tom, Diego Augusto, Brian, Renan e Henrique eram reservas. Régis, William Magrão, Rudnei, Rondinelli e Leandro chegaram agora. Com tantas dificuldades, o time já tem uma cara, já sabe o que pode e o que deseja em campo. Contra o São Paulo, marcou bem e foi muito perigoso pela esquerda, em cima de Luís Ricardo e a cobertura de Wellington.

Já passou da hora de o São Paulo ser um time bem montado. Caso contrário, a cobertura do Morumbi, prevista para daqui a 18 meses, fica pronta antes.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.