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No estádio 1º de Maio, sob olhar de Lula, São Paulo faz greve

Menon

20/02/2014 23h26

Pode ter sido a bandeira da torcida Camisa 13, que traz uma foto enorme do ex-presidente Lula. Pode ter sido o estádio 1º de Maio, onde o mesmo Lula comandou as greves de 1978. Ou, pode ter sido a má qualidade técnica de muitos jogadores. Ou um esquema tático que isola Ganso. Ou a malemolência de Ganso.  Ou, tudo isso junto.  Há muitos motivos, mas a verdade é que o São Paulo continua fazendo greve. Continua longe do bom futebol.

No jogo contra o São Bernardo, só houve futebol de bom nível do São Paulo nos primeiros dez minutos. E nos dez últimos. No início do jogo, Luís Fabiano recuou um pouco e deu dois lindos passes Ewandro. O garoto perdeu os dois. O segundo, até minha avó fazia. Talvez até o Ademílson fizesse. No final do jogo, Ganso apareceu. Deu um lindo passe para Osvaldo. E, depois, conseguiu um belo chute de fora da área. Wilson Jr. defendeu.

O São Bernardo mostrou, desde o início, como jogaria. Bola para Gil e Eduardo, que formaram uma dupla de velocidade e qualidade pela esquerda. Tiveram domínio sobre Paulo Miranda e Roger Carvalho.

É um aviso claro para domingo. Essa dupla não terá sucesso contra os rápidos atacantes do Santos. Roger Carvalho nitidamente está fora de forma física. Não tem velocidade. Como está há seis meses se recuperando de uma contusão, é difícil acreditar que possa se recuperar. A situação é tão dura que Rafael Toloi faz falta.

O gol de empate do São Bernardo foi para causar calafrios e pesadelos em Muricy. Gil passou por Roger Carvalho como se fosse Usain Bolt e cruzou para trás. Marino recebeu a bola totalmente livre, o espaço diante da área era totalmente seu. Parecia haver uma placa escrito "Espaço proibido para volantes do time visitante". O gol fez justiça. O São Paulo estava em vantagem por conta de um infortúnio de Edson, que colocou para dentro  uma falta cobrada por Alvaro Pereira.

Para o São Paulo melhorar, é preciso analisar profundamente uma questão tática.

Vale a pena continuar jogando com dois atacantes abertos pelo lado? Não interessa se é 3-5-2, 3-4-3, 4-3-3 ou 4-2-3-1. Vale a pena ter dois atacantes abertos, que não fazem a recomposição, que não ajudam na marcação?

O adversário coloca um volante em cima de Ganso. Dois, se for preciso. E a bola não chega aos atacantes. O São Paulo fica em minoria no meio campo e a defesa sofre.

Muricy tentou mudar isso a partir da defesa. Colocou Maicon, para dar boa saída de bola desde a defesa. Mas é preciso mais. Poderia ter jogado com Rodrigo Caio como volante, Maicon mais avançado e sacado Ewandro ou Pabón.

Outro problema é Ganso. Se a bola não chega, se a marcação é dura, cabe a ele resolver o problema. Detetive não pode culpar o assassino. Craque não pode culpar o time adversário, como ele fez contra a Portuguesa.

E, já que há necessidade de Ganso ter um companheiro, que tal o Jadson? Ah, não dá mais. Nunca deu, nem na cabeça de Ney Franco, Autuori ou Muricy.

Há muito o que mudar. Muricy entende muito de bola. Eu acho que, contra o Santos, Roger Carvalho não joga. Paulo Miranda será zagueiro. Luís Ricardo será lateral e o meio campo terá Souza, Rodrigo Caio, Ganso e Maicon.

Será?

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.