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Muricy e Felipão: tudo certo e tudo errado

Menon

26/02/2014 00h11

Muricy e Scolari, dois dos técnicos mais vencedores dos últimos 15 anos, tomaram duas atitudes corretas e que mostram toda a fragilidade do futebol brasileiro: a troca de Ganso por Douglas e a convocação de Jô.

Ganso, um jogador talentoso, saiu para a entrada de Douglas, voluntarioso, sempre em muita intensidade e bastante peladeiro. Muericy colocou Pabón no lugar que era de Ganso e o time melhorou.

Jô está praticamente garantido na seleção. Além dele, fala-se em Allan Kardec, Diego Tardelli e Valter. E nenhuma delas seria um aberração. Haveria justiça em todas.

Então, é motivo para preocupação. Quando a convocação de um jogador como Kardec, baseado no sucesso que fez sucesso na Série B, se torna normal, é porque a luz amarela está acesa. Estamos a 100 dias da Copa e o Brasil não tem um nome de confiança para a camisa 9. Fred, que é bom, não é constante. Está sempre machucado. E aí, o desespero bate. E fala-se em Luís Fabiano, nitidamente em descendência física e Adriano, com seus problemas existenciais, a lembrar Raskólnikov.

No São Paulo, a luz acesa é laranja. Laranja escuro, quase vermelha. Cañete, um jogador sonolento e sem ambição, ganha um lugar na concentração porque está demonstrando muita vontade nos treinamentos. E compromisso com o grupo de jogadores, acompanhando o time em todos os jogos. Não conta o que se faz em campo. Conta a vontade  de trabalhar, conta o comprometimento.

E não é que está certo? Entre tanta gente que não resolve, por que não dar chance a quem se compromete? Não tem um jogador de quem se possa dizer "esse não corre, mas faz a bola correr, esse resolve o jogo em um lance".

Ganso pensa que é o cara. Nada disso. É um talento que não consegue resolver problemas. E isso é o que define o craque. Ganso não resolve os problemas que os adversários propõem. E não se torna um problema para eles.

Ganso abriu mão de ser um farol para o São Paulo. Ele se contenta em ser um pirilampo, que é como nós aguaianos chamamos os vaga-lumes. Brilho fugaz. Reservaçço.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.