Antecipe as eleições, Juvenal. É hora de descansar

Caro Juvenal Juvêncio

Acabou, não é? Falta um mês para as eleições e o que o senhor pode fazer de bom para o São Paulo, que tanto ama? Contratar novos Silvinhos, Ronis, Caramelos e tantos outros para o Brasileiro? O senhor acha que consegue arrumar um novo lateral em tão pouco tempo? O senhor acredita, sinceramente, que conseguirá transmitir algum conceito futebolístico básico e consistente para Ademílson?

O senhor sabe que não. Nem mesmo o senhor, que, possuído de eterna arrogância, só conjuga os verbos na primeira pessoa do singular, não conseguiria consertar tantas bobagens que tem feito. Só para lembrar: a eliminação para o Penapolense veio depois de outra, contra a Ponte Preta. O senhor rebaixou o time que tanto ama, a quem deu tantas alegrias, ao nível de equipes pequenas.

Eu comentei o jogo em tempo real aqui no UOL, presidente. E não foi fácil. Eu escrevo bem, sou bom jornalista, mas era difícil sair do lugar comum. Como ser criativo  se a furada do Maicon foi igual à do Douglas. Como falar sobre o Ganso, se a falta de velocidade era a mesma a cada minuto? Como analisar, sem pessimismo, a possibilidade de o time melhorar com a entrada de Ademílson? Como indicar uma saída, se no banco de reservas estavam Paulo Miranda, Ewandro e outros do mesmo jaez, como o senhor gosta de dizer?

Qual o jaez da troca de passes do time? Qual o jaez do banco de reservas?

Presidente Juvenal, o senhor é daqueles que ouvem entrevistas após o jogo. O que sentiu ao ouvir Rodrigo Caio dizer que "errar pênalti acontece"? Ao ouvir Antônio Carlos dizer que o São Paulo  fez um ótimo segundo tempo e que Rodrigo Caio cobrou muito bem o pênalti? Ou ouvir Ganso dizer que o Penapolense se fechou e que o São Paulo não conseguiu abrir espaços? Ora, não seria ele o responsável por isso?

Seja honesto, presidente. O senhor não tem mais nada a fazer pelo clube. O senhor perdeu tempo brigando pela taça das bolinhas, o senhor perdeu energia brigando com o Andrés – eu até fiz um post uma vez falando sobre o coronel e o lobisomem – o senhor quis criar um delfim e não conseguiu. O senhor precisou criar um novo candidato. O senhor…..

Renuncie, presidente. Há muito trabalho a fazer. Passe o bastão para quem comandará o clube nos próximos três anos.

E bom descanso.