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José Mourinho é gênio? Eo Argel?

Menon

11/04/2014 21h16

Perguntei no twitter porque José Mourinho é tão idolatrado. A resposta que mais me impressionou foi a do @gugacamisa10 "porque ele é vencedor, os vencedores são admirados pelo que fazem e não pelo que são". Perfeito. E, quando se fala de treinador, não interessa COMO ganhou, a não ser que seja com métodos sujos, o que não é o caso de Mourinho.

Há muitos técnicos vencedores e que não são revolucionários. Eu me lembro de Muricy e Felipão, rapidamente. Treinam o time duramente, acertam o posicionamento, buscam a bola parada, se preocupam com a defesa e ganham. Nada contra. Até prefiro gente assim, arroz com feijão, do que empolados que falam em losango de base alta no meio campo. Os de base baixa, eu também não gosto.

Mourinho fez algum time imortal como o Barcelona de Guardiola? Fez algum Bayer tão inesquecível como o de Jupp Heynckes? Os espanhóis com o domínio total da bola, tecendo, sem pressa, uma teia de aranha mortal. Nenhuma vergonha de ser horizontal. Os alemães com intensidade e velocidade, agressão e recomposição em altas doses. A preferência pela verticalidade.

Na semana passada, o Chelsea de Mourinho eliminou o PSG. Precisava fazer 2 a 0. Pressionou o tempo todo contra um time que só se defendia. No segundo tempo, Hazzard se contundiu e entrou Schurrie. No primeiro lance, fez o primeiro gol. Mérito de Mourinho? Ou estrela de Mourinho?

O domínio continuou e Mourinho fez o que todo treinador do mundo faria.  Colocou mais atacantes. Entraram Fernando Torres e Demba Ba. E saiu o gol da classificação. Muito justa, mas Mourinho é um gênio mesmo como foi tratado no Brasil? Todo mundo faz o que ele fez.

Quer um exemplo? A Portuguesa precisava vencer o Potiguar. O atacante Caio sofreu distensão e Argel o trocou por Luan, outro atacante. O Potiguar fez o primeiro gol e a Lusa precisava de três. Imediatamente, Argel trocou o volante Rudnei pelo atacante Laercio. E, poucos minutos depois, Laércio empatou. No segundo tempo, Laércio chutou de longe, o goleiro rebateu e Vander fez o segundo.

Não houve o terceiro. E nem precisaria, se Gledson não tivesse falhado feio no gol do Potiguar.

Argel e Mourinho reagiram de forma igual à adversidade. Perderam um atacante, colocaram outro. Tiraram volante e puseram outro atacante.

Não quero comparar, é lógico que eu preferiria o Mourinho mas, sinceramente, não acho o gajo tão genial como muita gente vê aqui no Brasil.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.