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Corintiano faz livro para homenagear Djalma Santos, seu ídolo palmeirense.

Menon

24/04/2014 14h19

Mário Barbosa, engenheiro de produção de 67 anos, é corintiano fanático. Seu maior ídolo é Rivellino. Mas nunca fechou os olhos para outros craques, de outras camisas. E passou a admirar – Síndrome de Estocolmo? – um deles, que o fazia sofrer. "Muitas e muitas vezes no Pacaembu eu fui ver o Corinthians e acabei vendo o Djalma Santos, um jogador espetacular. Tinha muita classe, era quase intransponível na marcação. Fiquei fã dele, sempre sonhei que ele pudesse estar no meu time".

A Vale Rio Doce, onde Mário trabalha, o deslocou para Uberaba, onde a empresa tem uma base. E lá, conheceu Djalma Santos, aposentado e dono de uma escolinha para crianças carentes. "Ele tinha dificuldades financeiras e ajudava quem tinha menos. Djalma era assim mesmo, um jogador que nunca foi expulso na carreira. Sempre foi corajoso, em 1954 teve um pênalti para o Brasil contra a Hungria, todo mundo ficou na dúvida para bater, ele foi lá, pegou a bola e marcou".

Mário procurou Djalma e ficaram amigos. Em uma das visitas à casa do bicampeão mundial, conheceu o arquivo de lembranças guardadas com pouco cuidado. Jornais, revistas, troféus e taças. "Quando eu falei que tinha muita coisa, ele disse que outra metade havia sido perdida. Alguém prometeu escrever um livro sobre Djalma, que, sem nenhuma preocupação doou tudo".

A ideia de um livro passou a ser preocupação primordial de Mário. Ele procurou a editora Bellini, que já havia feito um livro sobre cavalos manga-larga a seu pedido. Para escrever, ele procurou o jornalista Flávio Prado, outra de suas admirações. "Precisava de alguém em quem confiasse".

Flávio aceitou na hora. "Era um presente, um privilégio, nuca recusaria isso", diz. Mas o tempo era curto – Flavio trabalha na Jovem Pan e na TV Gazeta – e havia muito a fazer. Ele passou a contar com o auxílio de Norian Segatto e Adriana Mendes. E, mesmo com três profissionais, a obra não terminou com Djalma ainda vivo. "Trabalhamos por três anos no livro, o Djalma ajudou muito. Contou toda sua vida. Confirmamos as estórias com muitas fontes, não houve alguém que dissesse alguma coisa contra ele. Infelizmente, ele morreu antes do final".

Djalma Santos: Do porão ao palácio de Buckingham  fei lançado em São Paulo, no Museu do Futebol, no Pacaembu onde Mário sofreu com Djalma Santos. O engenheiro corintiano estava lá. Comprou vários exemplares que presenteou velhos jogadores presentes. "Me lembrei de uma estória que não está no livro. Ele jogava na Portuguesa e enfrentou o Corinthians. O juiz deu um pênalti e ele foi reclamar. O  juiz disse Djalma não foi penalti mesmo mas eu não posso deixar essa gente triste. Depois do gol, virou para Djalma e ironizou: viu, como impedir essa alegria? O Djalma contava isso com raiva e rindo também".

É um livro de arte e isso não tem a ver com a qualidade técnica do entrevistado e sim com a capa dura, com a qualidade do papel e das fotos. É uma  livro caro, custa R$ 100 e está sendo comercializado por Laura, filha de Djalma. Pode ser adquirido através do site www.livrariapontes.com.br

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.