Bruno, deixe a zona do conforto. Há vida longe do Palmeiras
Escrevo esta carta mesmo sem ter visto a sua participação no jogo contra o Flamengo. Não sei se você falhou, não sei se os três gols foram indefensáveis, não sei se Fernando Prass teria salvo o time. Quero ser isento.
O que sei é que, quando foi definida a sua entrada a torcida palmeirense – pelo menos aquela que acompanho o twitter – tremeu. Jogou a toalha. Eram frases do tipo:
Bruno Tijuana entrou? O jogo está perdido.
Bruno entrou? A derrota é certa
Agora tudo é questão de tempo. Bruno está em campo.
Nem a Academia resiste a Bruno.
Tem revezamento no banco de reservas. E justo no dia em que Prass se machuca é a vez do Bruno?
Havia ainda comparações com aquele outro goleiro Bruno.
O que eu quero dizer, Bruno, é que não tem mais lugar para você no Palmeiras. É como um fim de relacionamento. Por pior que seja, é hora de parar. Você era citado como o continuador de uma escola maravilhosa de goleiros, era o sucessor de Marcos, era o cara tranquilo, era o diferenciado. Hoje, nem se salvar o time milhões de vezes, a desconfiança vai acabar. Por que ficar aí? Revezando no banco de reservas? Para receber um bom salário em dia no dia correto?
É muito pouco, não é? Jogador de futebol não é funcionário público para ficar esperando a aposentadoria chegar. Jogador é para brilhar, ser amado, ser lembrado, ter sua atuação discutida em bares e botequins.
Talvez você ainda acredite na volta por cima no clube que ama, no clube em que sonhou ser ídolo. Olha, sinto muito. Não sei o que te dizem seus pais, sua namorada, seu empresário, mas no Palmeiras não dá mais.
Há vida por aí. Estive na Bahia e havia cartazes enormes com Marcelo Lomba fazendo propaganda institucional não sei mais do quê. Weverton saiu do Corinthians foi ídolo na Portuguesa e no Furação.
Tudo o que você sonhou ser no Palmeiras você pode ser em outro lugar. Tudo o que você sonhou ser no Palmeiras você nunca será no Palmeiras.
É hora de escolher: a acomodação ou a luta.
Vá à luta, Bruno.
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