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Menon

Palmeiras vence, com atitude de clube grande, um adversário digno

Menon

15/05/2014 00h18

Terminado o jogo, o comentarista da Rádio Mirante, de São Luiz, afirmou "quem vir o resultado, não saberá da história do jogo. O Sampaio não merecia perder de três a zero". Perfeito. O "Bolívia querida" foi um time digno e m sua torcida pode ficar satisfeita com seus jogadores.

Mas, se 3 a 0foi muito, por que eu coloquei esse título no post que busca retratar o jogo?

Eu, quem me acompanha sabe, não sou um defensor da tese que a tática define o jogo.

Números, estatísticas, posse de bola, esquemas com números e sem números podem explicar o jogo. Mas não é tudo. Se fosse tudo, futebol seria muito menos do que é. Seria pouco mais que nada. Futebol é muito mais que tática. É lógico que um time não deve e nem pode entrar em campo sem um posicionamento pre-ensaiado, sem que os jogadores saibam como se posicionar etc. Mas, repito, não é tudo.

Um drible pode desmontar tudo o que os esquemas definiram antes de a bola rolar.

O Palmeiras, no primeiro tempo do jogo, foi novamente um time sem ideia futebolística. Tinha três atacantes e uma bola que não chegava. E quase termina com dois atacantes, graças à imbecilidade de Leandro e a complacência do árbitros. As cotoveladas mereciam um vermelho.

No segundo tempo, após cinco minutos, o Palmeiras mudou. Parecia outro time. Como se, de repente, os jogadores tivessem recebido uma mensagem do Divino (Ademir?) que deixasse bem claro o seguinte vocês jogam no Palmeiras. O outro time é o Sampaio Correia. Então, mandem no jogo.

Foi assim. Wendel avançou e o jogo começou a se transformar em um ataque x defesa. Marquinhos Gabriel entrou e melhorou muito o time, com velocidade e lucidez, qualidades que passaram longe de Leandro.

Depois do gol, o Palmeiras não recuou. Não deu campo ao adversário. Continuou sufocando. Não deu o contra-ataque. O jogo estava definido, graças à atitude de time grande do Palmeiras. No final, uma surpresa. O Sampaio, que estava preso em seu campo, que estava nas cordas, mostrou uma dignidade imensa. Com Pimentinha, foi ao ataque. E o Palmeiras, que passou por um ou dois sustos, conseguiu dois gols no final, graças aos espaços dados pelos maranhenses.

Muito bacana ver um goleador sem grife como Henrique fazer seu quarto gol em quatro jogos.

Futebol é assim. Permite períodos de heroísmo aos pouco abençoados pela técnica.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.