Topo

Menon

Gareca alcança o consenso: "Palmeiras é muito maior do que eu"

Menon

23/05/2014 17h55

Em 1993, fiz minha primeiro cobertura internacional de futebol. Foi a Copa América em Cuenca, no Equador. Fiquei amigo de Julio Chiappetta, que ainda não era um jornalista importante como hoje, um dos maiores da Argentina. Ele é um cara simpático, gente boa. Então, criei coragem e perguntei por que os argentinos têm fama de arrogante em toda América , como eu estava comprovando ali com peruanos, equatorianos, chilenos etc.

Sabe por que temos essa fama de "creídos" (metidos) Luís? ele me perguntou.

Porque nós somos creídos, ele mesmo respondeu, rindo.

Quem viu a apresentação de Ricardo Gareca como novo técnico do Palmeiras, discordou. Ele chamou atenção pela blusa cor de vinho e por uma atitude totalmente perfil baixo. Nada de arrogância  .

O Palmeiras é muito  maior que eu. Tomara consiga um título aqui em um time tão grande

Não vim aqui ensinar nada a técnicos brasileiros. Eles são ótimos. Respeito Scolari, Cuca, Luxemburgo, Ramalho e Tite entre outros.

A humildade veio junto com autoconfiança;

Estou preparado para treinar o Palmeiras. Trabalho há 20 anos.

Um ano de contrato está bom. Não é um tempo curto. Dá para trabalhar e tentar títulos.

Adaptação? Basta conversar um pouco com quem está aqui e ver alguns vídeos. É o que preciso para começar a trabalhar.

Receita pronta: vontade de trabalhar e respeito ao clube. Assim, e com uma boa dose de simpatia, Gareca conquistou a todos os palmeirenses presentes à sua apresentação. Já é uma vitória tornar-se consenso em um clube tão dividido.

Eu acho que foi uma ótima aposta do Palmeiras. Treinador novo, de outra escola, e que pode trazer novidades. Com salário justo, menor que muitos gênios brasileiros que pouco oferecem de prático nos últimos tempos.

Vai dar certo? Tomara! Mas lembremos os últimos que por aqui passaram. E não falo só do Palmeiras não.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.